Diversidade nas empresas brasileiras avança, mas inclusão efetiva ainda é desafio
Pesquisa revela crescimento em estratégias de diversidade, mas aponta desigualdades em lideranças e grupos minorizados
A pauta da diversidade nas empresas brasileiras tem ganhado cada vez mais espaço, mas a inclusão efetiva de grupos minorizados ainda enfrenta desafios significativos. É o que revela a pesquisa Panorama da Diversidade nas Organizações – 2025, realizada pela to.gather, plataforma de inteligência de dados em diversidade corporativa, com dados fornecidos pela assessoria de imprensa.
O estudo ouviu 305 empresas de diversos portes e setores, mostrando avanços importantes na estruturação de estratégias e ações voltadas para diversidade, equidade e inclusão (DEI). No entanto, a inclusão concreta de pessoas LGBTQI+, negras, neurodivergentes e profissionais com mais de 50 anos ainda caminha de forma lenta.
Entre os dados mais preocupantes, destaca-se que pessoas negras representam, em média, 46,9% da força de trabalho, mas ocupam apenas 28,8% das posições de liderança. Além disso, apenas 20,6% das empresas consideram profissionais com mais de 50 anos em suas estratégias de diversidade. Outro ponto crítico é a participação de pessoas com deficiência, que permanece restrita à Lei de Cotas, com média de apenas 5,0% na força de trabalho.
Apesar desses desafios, o movimento de estruturação é visível: 70,2% das empresas já possuem uma estratégia formal de DEI, 63,9% contam com orçamento dedicado e 93,1% realizaram ações de aculturamento em 2024, como rodas de conversa, letramentos e campanhas internas. Essas iniciativas são fundamentais para criar ambientes mais sensíveis e preparados para a diversidade.
A CEO e cofundadora da to.gather, Erika Vaz, destaca que “mais do que falar sobre diversidade, é preciso criar condições reais para que pessoas diversas entrem, cresçam e permaneçam nas organizações”. Ela ressalta que as empresas estão saindo do estágio inicial da comunicação e avançando em ações estruturantes.
Os dados também mostram que o investimento gera impacto: empresas com estratégias formais de DEI têm o dobro de representatividade de pessoas LGBTQI+ e maior promoção de mulheres e pessoas negras. Além disso, 96,3% dessas empresas usam métricas para acompanhar a evolução da diversidade internamente. O desenvolvimento afirmativo ganha força, com 54,4% das empresas planejando implementar programas de mentoria e aceleração de carreira para talentos diversos em 2025, frente a 35,1% em 2024.
Enquanto nos Estados Unidos algumas corporações revisam ou abandonam políticas de diversidade, o Brasil resiste a esse retrocesso. Segundo o levantamento, 52,8% das empresas brasileiras não fizeram mudanças em suas ações inclusivas, e 6,6% reforçaram seus compromissos.
Ainda assim, a representatividade segue desigual, especialmente nas lideranças. Pessoas negras, por exemplo, representam 47,3% do quadro funcional em grandes empresas, mas apenas 29% nas lideranças. Profissionais com deficiência são cerca de 5% das equipes, mas apenas 2% ocupam cargos de liderança. Outro desafio é a falta de responsabilização: embora 69,2% das empresas tenham metas de diversidade, menos da metade (44,5%) as vincula a bônus ou avaliação de desempenho, o que pode enfraquecer o compromisso no dia a dia.
Erika Vaz reforça que “o avanço da diversidade nas empresas está diretamente ligado ao engajamento da liderança. Construir negócios inclusivos não é só uma escolha ética, é uma decisão estratégica que deve fazer parte das agendas executivas.”
A pesquisa da to.gather mostra que, apesar dos desafios, o Brasil está avançando com estratégias mais maduras e estruturadas para promover a diversidade e inclusão no ambiente corporativo, um movimento essencial para o desenvolvimento de organizações mais justas e competitivas.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA