Como os transtornos alimentares afetam a saúde bucal das mulheres
Entenda os impactos dos transtornos alimentares na boca e a importância do cuidado interdisciplinar
Os transtornos alimentares, como anorexia nervosa, bulimia nervosa e compulsão alimentar periódica, afetam milhões de brasileiros e trazem consequências que vão além do corpo, atingindo diretamente a saúde bucal. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que 4,7% dos brasileiros sofrem de compulsão alimentar, quase o dobro da média global, e o Hospital da Universidade de São Paulo (HUSP) estima que cerca de 15 milhões de pessoas no país enfrentam algum transtorno alimentar.
Segundo a presidente da Câmara Técnica de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Juliana Franco, a Odontologia desempenha papel fundamental no tratamento desses pacientes, que apresentam manifestações sistêmicas, comportamentais e bucais complexas. O cirurgião-dentista atua em conjunto com psicólogos, nutricionistas, médicos clínicos e psiquiatras para oferecer um cuidado integral e humanizado, evitando julgamentos e criando um ambiente acolhedor.
Os efeitos dos transtornos alimentares na boca são diversos e preocupantes. O desgaste dental generalizado, a perda do esmalte, o amarelamento dos dentes, a sensibilidade a alimentos ácidos, doces e gelados, além da alteração no formato dos dentes, são sinais comuns, conforme explica o especialista em Dentística, Dr. Camillo Anauate Netto. Pacientes frequentemente relatam dores ao comer ou escovar os dentes, vergonha do sorriso e sensação de fragilidade dentária, problemas causados pela ação dos ácidos presentes na boca e pela deficiência nutricional.
Além disso, a perda do esmalte aumenta o risco de cáries, mau hálito e inflamação gengival, com retração das gengivas. A saliva, que tem função protetora essencial, também sofre alterações em pacientes com anorexia e bulimia nervosa. A integrante do Grupo de Trabalho de Saliva do CROSP, Dra. Débora Heller, destaca que a boca seca é comum e pode ser causada por desidratação, uso de medicamentos e episódios de vômito autoinduzido. A saliva apresenta mudanças na quantidade e na composição, com aumento de enzimas que desgastam ainda mais o esmalte dental.
Para a recuperação da saúde bucal, o tratamento odontológico inclui aplicação de flúor, laserterapia, uso de cremes dentais específicos, restaurações e coroas quando necessário, além de orientações sobre higiene e alimentação. Os profissionais alertam para a “epidemia silenciosa” da busca pelo corpo perfeito, que pode desencadear esses transtornos e afetar a saúde mental e bucal das mulheres.
O papel do cirurgião-dentista é essencial tanto no diagnóstico precoce quanto na reabilitação, promovendo um cuidado integral e respeitoso. Assim, a atuação interdisciplinar é fundamental para garantir a saúde e o bem-estar das pacientes que enfrentam transtornos alimentares.
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA