Ausência paterna afeta autoestima e saúde emocional da criança, alerta especialista
Entenda como a presença ativa do pai contribui para o desenvolvimento saudável e relações futuras
Dados recentes da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) revelam que mais de 1,4 milhão de crianças nasceram no Brasil entre 2016 e abril de 2025 sem o nome do pai no registro. Só nos primeiros quatro meses de 2025, mais de 65 mil crianças foram registradas apenas com o nome da mãe, o que representa 6,3% dos nascimentos no país nesse período.
Esses números evidenciam um fenômeno que vai além das estatísticas: a ausência paterna tem um impacto decisivo no desenvolvimento infantil. A psiquiatra Dra. Carla Vieira, do CAPS Infantojuvenil II M’Boi Mirim, unidade gerenciada pelo CEJAM em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, explica que essa ausência pode ser física, como em casos de afastamento, divórcio ou abandono, ou emocional, quando o pai está presente, mas não se envolve.
Segundo a especialista, a falta de um vínculo paterno afetivo pode gerar na criança sentimentos de abandono, baixa autoestima e insegurança. Na adolescência, essas dificuldades podem se manifestar em problemas de relacionamento, busca por referências fora do núcleo familiar e até em quadros de depressão e ansiedade. Por outro lado, filhos de pais presentes tendem a ser mais sociáveis, seguros e apresentam melhor desempenho escolar.
“A presença afetiva e participativa do pai em atividades cotidianas, como dar banho, alimentar, brincar, ajudar nas tarefas escolares ou simplesmente ouvir com atenção, fortalece a autoestima, a segurança emocional e a capacidade de resiliência da criança. Isso favorece relações mais saudáveis na vida adulta”, destaca Dra. Carla.
Além dos benefícios para a criança, a paternidade ativa também contribui para a saúde mental da mãe, reduzindo a sobrecarga e o risco de depressão pós-parto. A especialista ressalta que o envolvimento do pai já durante a gestação, participando das consultas médicas e interagindo com o bebê, ajuda a construir laços afetivos sólidos desde o início.
Apesar dos avanços, ainda existem desafios culturais e estruturais para a paternidade ativa. “A visão tradicional que associa o homem apenas ao papel de provedor financeiro e não ao cuidado ainda é muito forte. A falta de políticas públicas, como licença-paternidade estendida, e o despreparo emocional são entraves importantes”, afirma a psiquiatra.
O cuidado com a saúde mental do pai é fundamental para um ambiente familiar equilibrado. Pais emocionalmente saudáveis tendem a ser mais empáticos, pacientes e afetuosos, qualidades essenciais para o desenvolvimento pleno dos filhos e o bem-estar de toda a família.
Por fim, Dra. Carla reforça que vínculos afetivos de qualidade com outros familiares ou cuidadores também podem suprir carências emocionais na ausência do pai. “A qualidade do vínculo é mais importante do que o papel social ou o gênero de quem cuida.” Para quem deseja fortalecer a relação com os filhos, a dica é assumir pequenas responsabilidades diárias e criar momentos únicos, lembrando que o vínculo se constrói na consistência, intenção e afeto, e não na quantidade de horas juntos.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do CEJAM, reforçando a importância da paternidade ativa para o desenvolvimento infantil e a saúde emocional da família.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA