Agosto Dourado: Especialistas desvendam mitos e benefícios da amamentação
Entenda como o leite materno protege o bebê e saiba diferenciar intolerância à lactose de alergia
Agosto é o mês dedicado à conscientização sobre a importância do aleitamento materno no Brasil, conhecido como Agosto Dourado. A campanha, iniciada em 2017, destaca a excelência do leite materno, considerado o alimento mais completo para os primeiros meses de vida, beneficiando tanto o bebê quanto a mãe. Segundo dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI), a taxa de aleitamento materno exclusivo em crianças menores de seis meses cresceu significativamente, passando de 3% em 1986 para 45,8% em 2021. Apesar desse avanço, o país ainda busca alcançar a meta de 70% até 2030, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Especialistas do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6) explicam que o leite materno funciona como uma “vacina natural”. O biomédico Thiago Nascimento destaca que o leite é rico em nutrientes essenciais, anticorpos e fatores imunológicos que protegem o bebê contra infecções respiratórias e gastrointestinais. Já o biomédico Alisson Luiz Silva reforça que o leite materno oferece proteção contra doenças como diarreias, otites, pneumonias, meningites e alergias, além de reduzir em até 88% o risco de morte em bebês exclusivamente amamentados e diminuir a mortalidade infantil em menores de cinco anos em até 13%.
Além dos benefícios imunológicos, a amamentação favorece o desenvolvimento da fala, da postura oral, da dentição e da saúde bucal, além de fortalecer o vínculo afetivo entre mãe e filho. A longo prazo, crianças amamentadas apresentam menor risco de obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e outras doenças crônicas. Para as mães, amamentar ajuda o útero a voltar ao tamanho normal, reduz o risco de hemorragia pós-parto, auxilia na perda de peso da gestação e está associado a menor incidência de câncer de mama, ovário, endométrio e osteoporose. O contato físico durante a amamentação estimula a liberação de ocitocina, hormônio que promove bem-estar psicológico.
Um ponto importante esclarecido pelos especialistas é a diferença entre intolerância à lactose e alergia à proteína do leite de vaca (APLV). A intolerância envolve o sistema digestivo e a dificuldade em digerir a lactose, causando sintomas como inchaço, gases e diarreia, mais comuns em adultos. Já a APLV é uma reação alérgica do sistema imunológico, com sintomas que podem variar de leves a graves, mais frequente em bebês e crianças pequenas. Em ambos os casos, a amamentação pode ser mantida com cuidados específicos, como dieta isenta de leite para a mãe no caso da APLV, e suplementação ou uso de lactase para intolerância, sempre sob orientação médica.
Os especialistas também desmistificam crenças comuns que podem prejudicar a amamentação: não existe leite fraco, cólicas não significam necessariamente intolerância à lactose, bebês com APLV devem continuar sendo amamentados com a mãe em dieta adequada, intolerância à lactose é rara em recém-nascidos e interromper a amamentação não resolve todos os problemas digestivos do bebê.
Em situações em que a amamentação direta não é possível, os Bancos de Leite Humano (BLHs) são fundamentais. No Paraná, a rede de BLHs cresceu significativamente, com mais de 21 mil atendimentos e cerca de 9.300 litros de leite coletados em 2024, beneficiando milhares de bebês.
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6), reforçando a importância da amamentação para a saúde e bem-estar das mães e seus filhos.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA