Síndrome de Fournier: a infecção agressiva que atinge a região genital e pode ser fatal
Entenda os riscos, sintomas e prevenção da doença que pode “devorar” tecidos genitais, segundo especialista do CEUB
A síndrome de Fournier é uma infecção rara, agressiva e potencialmente fatal que atinge a região genital, anal e perineal, podendo se estender até a pelve. Recentemente, a doença voltou a ser pauta após a morte do funkeiro Leandro Rogério, diagnosticado com essa condição. Eveline Vale, infectologista e professora de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), esclarece os principais aspectos dessa emergência médica, alertando para a importância da prevenção e do tratamento imediato.
De acordo com a especialista, a síndrome de Fournier é um tipo de fasceíte necrosante que começa geralmente a partir de pequenas lesões, abscessos, feridas ou procedimentos cirúrgicos na região íntima. A infecção evolui rapidamente, destruindo os tecidos e causando um quadro grave. “A doença costuma ter início a partir de pequenas lesões, abscessos, feridas ou procedimentos cirúrgicos e evolui de forma extremamente rápida, causando destruição dos tecidos”, explica Eveline.
A infecção é polimicrobiana, envolvendo bactérias como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa, Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, além de bactérias anaeróbias como Bacteroides fragilis e Clostridium. A incidência é baixa, cerca de 1,6 para cada 100 mil homens, com maior ocorrência na região Sul do Brasil. A maioria dos casos (77%) ocorre em homens com idade média de 51,7 anos, especialmente entre 50 e 79 anos.
Os sintomas característicos incluem dor intensa e desproporcional ao aspecto visível da lesão, inchaço, vermelhidão que progride rapidamente, formação de bolhas e odor fétido devido à necrose dos tecidos. O diagnóstico é clínico, complementado por exames laboratoriais e de imagem, como radiografia ou tomografia, que ajudam a avaliar a extensão da infecção. “Dada a rápida evolução da doença, o início do tratamento não deve esperar o resultado definitivo dos exames”, alerta a infectologista.
O tratamento é urgente e envolve cirurgia para remoção do tecido necrosado, uso de antibióticos intravenosos de amplo espectro, suporte hospitalar intensivo e controle rigoroso de comorbidades como diabetes e hipertensão, que são fatores que aceleram o avanço da infecção. “Sem intervenção imediata, pode evoluir para choque séptico e levar ao óbito”, destaca Eveline.
Para prevenir a síndrome de Fournier, a especialista recomenda cuidados com a higiene íntima, tratamento precoce de infecções urinárias ou genitais, controle do diabetes e atenção especial após cirurgias ou traumas na região genital. “Reconhecer rapidamente os sinais e buscar atendimento médico imediato pode fazer toda a diferença entre a recuperação e as complicações graves”, conclui a professora do CEUB.
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa do CEUB, reforçando a importância da conscientização sobre essa condição grave e pouco conhecida, especialmente para o público masculino, mas que também serve de alerta para todos os cuidados com a saúde íntima.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA