A Revolução no Rastreamento do Câncer de Colo do Útero: DNA-HPV Substitui o Papanicolau no SUS
Como a adoção do exame molecular de DNA-HPV promete transformar a prevenção e salvar vidas no Brasil
Na sexta-feira, 15 de agosto de 2025, o Ministério da Saúde deu início à implementação gradual do exame molecular de DNA-HPV no SUS, em substituição ao tradicional Papanicolau como método primário de rastreamento do câncer de colo do útero. Esse exame identifica 14 tipos de HPV de alto risco e promete revolucionar a abordagem preventiva no país.
Por que essa mudança é urgente?
O Papanicolau, embora tenha sido um avanço histórico, apresenta limitações significativas. Já o DNA-HPV, recomendado desde 2021 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), oferece maior sensibilidade e permite detectar a presença do vírus até 10 anos antes das alterações celulares se manifestarem. Isso favorece intervenções mais precoces, reduz mortalidade e aprimora o rastreamento.
O que muda na prática?
O novo exame passa a ser o primeiro passo do rastreamento, com o Papanicolau reservado apenas para confirmar casos positivos. O intervalo entre exames aumenta de três para cinco anos para pacientes com resultado negativo, mantendo-se a faixa etária-alvo entre 25 e 64 anos. A implantação começou em um município de cada um dos 12 estados selecionados (incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará etc.), com meta de alcance nacional até dezembro de 2026, beneficiando cerca de 7 milhões de mulheres por ano.
Enquanto o SUS moderniza seus protocolos, a healthtech brasileira See Me já se distingue por oferecer o teste de DNA-HPV por PCR com autocoleta doméstica — rápida, indolor e realizada pela própria paciente, no conforto do lar. Com tecnologia que alia diagnóstico, suporte digital e acompanhamento individualizado, a empresa promove prevenção com mais autonomia e conforto.
A adoção do exame molecular representa um avanço significativo não apenas tecnológico, mas também cultural e social, ao reduzir barreiras de acesso e desconforto associados ao exame tradicional. A autocoleta, por exemplo, pode aumentar a adesão ao rastreamento, especialmente em populações vulneráveis ou com dificuldades de acesso aos serviços de saúde.
Além disso, a integração de tecnologia, acolhimento e autonomia feminina no cuidado íntimo reforça a importância de uma prevenção ampliada, sobretudo quando combinada à vacinação contra o HPV. Essa abordagem integrada é fundamental para reduzir a incidência e mortalidade do câncer de colo do útero no Brasil, alinhando o país às melhores práticas internacionais.
A implementação do DNA-HPV no SUS é um passo decisivo para a saúde pública brasileira, que deve ser acompanhado de estratégias educativas e de suporte para garantir o sucesso da transição e o impacto positivo na vida das mulheres.
Por Dra. Stephani Caser
ginecologista, CEO da See Me
Artigo de opinião