Como apoiar os filhos nos estudos sem assumir suas responsabilidades

Estratégias para equilibrar incentivo e autonomia, fortalecendo o aprendizado e a relação familiar

Acompanhar a vida escolar dos filhos é uma intenção nobre, mas pode se transformar em um desafio quando, na tentativa de ajudar, os pais acabam absorvendo responsabilidades que deveriam ser do próprio estudante. A cobrança constante por desempenho, especialmente no Ensino Médio, em épocas de provas finais ou com a proximidade do Enem, desgasta não só o aluno, mas também a relação familiar. Quando o diálogo gira apenas em torno de tarefas, provas e notas, o jovem percebe que outras conquistas e vivências igualmente importantes não recebem o mesmo reconhecimento. Isso gera frustração entre os dois lados, o estudante se sente pressionado e desmotivado, enquanto os pais se cansam de repetir cobranças sem ver o progresso desejado.

Para Victor Cornetta, especialista em desenvolvimento estudantil e fundador da Kaizen Mentoria, é preciso mudar essa dinâmica. “É possível ser presente e leve ao mesmo tempo. O papel dos pais não é resolver tudo, mas caminhar junto, oferecendo segurança e direcionamento. Só cobrar não resolve, se há dificuldade, precisamos entender o motivo, corrigir a rota e dar as ferramentas para o aluno evoluir”, explica. Segundo ele, quando os pais transferem o acompanhamento técnico para a mentoria e se concentram no apoio emocional, o relacionamento melhora e o estudo deixa de ser motivo constante de tensão.

Pensando nisso, Victor compartilhou algumas estratégias práticas que ajudam as famílias a estabelecerem um equilíbrio saudável entre incentivo e independência.

Crie uma rotina com acolhimento
Ter um ambiente adequado, com horários bem definidos e momentos regulares para estudo e revisão, contribui significativamente para reduzir a ansiedade e criar uma rotina mais previsível para o estudante. O ideal é que esse espaço esteja livre de distrações como televisão ou celular e organizado de forma funcional, com todos os materiais à mão, garantindo conforto e foco.

Esse cuidado com o ambiente reflete diretamente na concentração e no interesse pelas atividades. “Às vezes, o mais importante é apenas perguntar como foi a semana, ouvir com atenção e mostrar que está presente. Isso já transforma a forma como o aluno se relaciona com o próprio aprendizado”, reforça Victor.

Acompanhe as metas, não apenas as notas
Estimular o esforço e reconhecer os avanços, em vez de cobrar apenas pelas notas, é uma estratégia poderosa para aumentar a motivação dos estudantes. Na Kaizen, por exemplo, os alunos têm metas semanais claras e personalizadas. Eles sabem exatamente qual conteúdo será abordado, quais exercícios precisam ser feitos e o que será entregue até o próximo encontro com o mentor.

Essas metas ficam acessíveis aos pais por meio de uma tabela organizada, o que permite um acompanhamento objetivo e menos desgastante. “Quando os pais compreendem o caminho que o aluno está trilhando, o acompanhamento deixa de ser uma cobrança e se transforma em parceria”, explica Victor.

Incentivando a independência e corrigindo com método
O aprendizado envolve erros, ajustes e amadurecimento. O papel dos pais não é corrigir tudo, mas sim garantir que o filho tenha uma estrutura para entender e melhorar continuamente. “Os erros fazem parte, mas precisam ser entendidos como feedback. Com uma metodologia estruturada, o aluno aprende a identificar onde está errando, como corrigir e o que fazer para evoluir. É esse processo que transforma o desempenho dele”, completa.

A Kaizen trabalha com um modelo de melhoria contínua, inspirado na própria origem do nome. Ao entender o erro como parte do caminho e não como um fracasso, o aluno desenvolve resiliência e autoconfiança.

Evite conflitos: esteja presente, mas sem pressão
Quando a conversa entre pais e filhos gira apenas em torno de cobranças escolares, o vínculo se desgasta. O estudante sente que seu valor está ligado exclusivamente ao desempenho acadêmico, enquanto os pais se frustram com a repetição de exigências que não trazem mudanças. A Kaizen atua justamente para aliviar essa pressão, assumindo o papel de acompanhamento técnico e estratégico. “Muitos pais relatam como a convivência melhorou depois que tiraram esse peso das costas e contaram com nosso suporte”, comenta Victor.

Atenção às necessidades específicas
Se, mesmo com suporte em casa, a dificuldade de concentração ou a falta de interesse persistirem, pode ser o momento de buscar orientação especializada. Psicólogos e pedagogos podem identificar questões emocionais ou transtornos, como o TDAH, que exigem estratégias mais específicas. “Nem sempre a dificuldade está no conteúdo. Às vezes, o que o aluno precisa é de uma abordagem diferente, que respeite o seu ritmo e modo de aprender”, explica.

Na Kaizen, a metodologia é adaptada às necessidades de cada aluno. Alunos com TDAH, por exemplo, contam com cronogramas estruturados, metas visuais e acompanhamento constante. O ponto é criar uma rotina previsível, que reduza a sobrecarga e promova avanços semanais. Tudo isso com escuta ativa, ajustes personalizados e reforço positivo (sempre), transformando desafios em oportunidades de crescimento.

Com suporte e participação ativa dos pais, é possível transformar a rotina de estudos em um processo mais autônomo, saudável e eficaz, ao mesmo tempo em que se fortalece a relação familiar e a confiança mútua.

V

Por Victor Cornetta

especialista em desenvolvimento estudantil, fundador da Kaizen Mentoria

Artigo de opinião

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