Como ler os rótulos dos alimentos para proteger a saúde das crianças
Entenda os riscos dos ultraprocessados e aprenda a identificar ingredientes nocivos nas embalagens
Alimentos industrializados são presença constante na rotina das famílias, especialmente quando o assunto é a alimentação das crianças. Com embalagens coloridas, pratinhos práticos e promessas de vitaminas, esses produtos parecem facilitar o dia a dia, mas podem esconder riscos sérios à saúde dos pequenos. Dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani), realizado entre 2019 e 2020, revelam que 80% das crianças com menos de cinco anos consomem ultraprocessados com frequência, e até 30% das calorias ingeridas por crianças de 2 a 5 anos vêm desses alimentos.
A pediatra Bruna de Paula, especialista em alimentação infantil, alerta que o consumo desses produtos pode comprometer o desenvolvimento físico e cognitivo das crianças, além de aumentar o risco de doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão desde a infância. “O corpo e o cérebro em desenvolvimento são mais sensíveis aos excessos de açúcar, gorduras e aditivos”, explica. Ela ainda destaca que os hábitos alimentares formados nessa fase podem influenciar a aceitação futura de alimentos naturais, já que o paladar acostumado a sabores artificiais tende a rejeitar opções mais saudáveis.
Além dos impactos físicos, a má alimentação também afeta o comportamento infantil. Dietas ricas em açúcar, corantes e aditivos podem causar oscilações de energia, irritabilidade, agitação e ansiedade, enquanto a falta de nutrientes compromete o sono e a concentração. “Tem sido cada vez mais comum ver crianças com colesterol alto, diabetes tipo 2, constipação, anemia, esteatose hepática e até problemas respiratórios”, alerta a médica.
Para evitar essas armadilhas, é fundamental que os pais aprendam a decifrar os rótulos dos alimentos. A pediatra recomenda atenção especial à lista de ingredientes: quanto mais curta, melhor. Ingredientes com nomes difíceis de pronunciar ou expressões como “xarope de glicose”, “maltodextrina” e qualquer termo terminado em “ose” indicam açúcares disfarçados. A ordem dos ingredientes também importa, pois os primeiros aparecem em maior quantidade; se açúcar, gordura ou sódio estiverem no topo, é melhor evitar o produto. Além disso, aditivos como glutamato monossódico, benzoato de sódio, tartrazina e gordura vegetal hidrogenada devem ser evitados. “Não confie apenas nos apelos do rótulo como ‘rico em ferro’ ou ‘natural’. O que importa mesmo é a lista de ingredientes”, reforça Bruna.
Desmistificando a ideia de que alimentação saudável é cara ou complicada, a pediatra destaca que alimentos básicos como frutas, legumes, arroz, feijão, ovos e carnes simples são acessíveis e nutritivos. Para facilitar, sugere cozinhar porções maiores para congelar, higienizar e cortar frutas e legumes logo após a compra, e usar receitas simples com o que se tem em casa. O segredo para uma reeducação alimentar eficaz está na consistência e no envolvimento da criança no processo, criando um ambiente tranquilo para as refeições, sem distrações como TV ou celular.
Este conteúdo foi elaborado com informações da assessoria de imprensa, trazendo orientações essenciais para proteger a saúde das crianças desde os primeiros anos de vida.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA