Açúcar na Primeira Infância: Como o Consumo Precoce Afeta Saúde e Paladar

Entenda os riscos do açúcar para crianças menores de dois anos e saiba como proteger a saúde dos pequenos

Mais de 60% das crianças brasileiras com menos de dois anos já consomem açúcar, um dado preocupante que vai muito além do simples paladar doce. Segundo a Profa. Dra. Virginia R. S. Weffort, pediatra nutróloga, o consumo precoce de açúcar altera a microbiota intestinal, influencia o comportamento alimentar e aumenta o risco de doenças crônicas e emocionais na vida adulta.

O açúcar, presente em biscoitos, bolos, sucos artificiais e até em alimentos industrializados que não têm gosto doce, como molhos e iogurtes, é um dos principais fatores de risco evitáveis para a saúde infantil. A introdução precoce desse ingrediente “treina o cérebro da criança a preferir alimentos doces, o que dificulta a aceitação de frutas, legumes e vegetais, comprometendo a construção de um paladar variado e saudável”, explica a especialista.

Essa preferência pelo doce pode levar a hábitos alimentares pouco saudáveis que se mantêm por toda a vida, aumentando a propensão à obesidade, diabetes tipo 2, hipertensão e doenças cardiovasculares. A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que crianças com menos de dois anos não consumam açúcar, nem mesmo em pequenas quantidades, tampouco mel ou adoçantes artificiais.

Além do impacto no paladar, o consumo precoce de açúcar provoca desequilíbrio da microbiota intestinal, reduzindo a diversidade bacteriana benéfica, como Bifidobacterium e Lactobacillus, e favorecendo o crescimento de micro-organismos patogênicos. Esse quadro de disbiose enfraquece o sistema imunológico, aumenta a inflamação e está associado a distúrbios metabólicos, doenças autoimunes, alterações de humor, ansiedade e depressão na adolescência.

O açúcar também interfere na regulação da saciedade e no controle de impulsos, contribuindo para o desenvolvimento do chamado “comer emocional”, hábito difícil de reverter na vida adulta. Para evitar esses efeitos, a orientação é retardar ao máximo o contato da criança com o açúcar e investir na exposição a alimentos naturais desde o início da alimentação complementar.

Recomenda-se priorizar frutas, vegetais, leguminosas e grãos integrais, introduzir sabores amargos e usar alternativas naturais para saborização, como canela, baunilha e cacau puro. Além disso, é importante evitar farinhas refinadas, gorduras trans, aditivos químicos e realçadores de sabor, que também têm potencial inflamatório.

A leitura atenta dos rótulos é fundamental para identificar açúcares “escondidos” em produtos industrializados. Profissionais de saúde, como pediatras e nutricionistas, desempenham papel essencial ao orientar famílias sobre a importância dos primeiros 1.000 dias de vida, período crucial para a formação do organismo e dos padrões alimentares.

A construção de um paladar saudável exige tempo, repetição e paciência. Como destaca a Profa. Dra. Virginia Weffort: “A criança pode precisar de 6 a 15 exposições ao mesmo alimento para aceitá-lo. É natural que haja recusas no início, mas é importante insistir com delicadeza.”

Investir em alimentação nutritiva e segura nos primeiros anos é um compromisso coletivo que envolve famílias, profissionais e a indústria alimentícia, contribuindo para a saúde futura das crianças.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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