Verde na Decoração: Como a Cor da Natureza Transforma Ambientes Residenciais
Descubra por que o verde é a escolha ideal para renovar seu lar com personalidade, bem-estar e brasilidade
O verde voltou com força total na decoração e não é à toa: para o arquiteto Bruno Moraes, a cor é uma das maiores apostas atuais para dentro de casa. Dos tons claros e suaves aos mais intensos e sofisticados, a cor é versátil e se adapta a diferentes estilos, criando uma atmosfera única para o lar.
Bem-estar, good vibes, tranquilidade e vitalidade são alguns dos atributos que fazem do verde, em suas diversas nuances, uma das cores mais empregadas na arquitetura de interiores. Para o arquiteto Bruno Moraes, à frente do BMA Studio, além da atemporalidade, a cor conecta os indivíduos com o natural em tempos vitais. “Estamos passando por uma revolução que propõe um equilíbrio essencial em oposição à vida cercada de tecnologias e demandas cotidianas”, analisa.
Além disso, de acordo com o Feng Shui, o verde está profundamente relacionado ao crescimento e renovação. Famoso por atrair renovação e equilibrar as emoções dentro dos ambientes, ajuda a promover a harmonia e o desenvolvimento das relações pessoais. “Na filosofia dessa técnica milenar chinesa, a cor alimenta o ciclo da prosperidade que traz serenidade e reforça a conexão tão intrínseca que nós, seres humanos, temos com a natureza”, explica o profissional.
Por que o verde é uma boa escolha para o décor residencial?
Além de versátil, o verde é uma cor intensa que pode sofrer alterações de tonalidade conforme a iluminação do ambiente. Uma das cores que melhor definem a arquitetura de interiores contemporânea, principalmente em tempos de busca por sustentabilidade e um relacionamento mais próximo com o meio ambiente, o verde se destaca por sua capacidade de criar espaços que evocam vigorosidade. Sua ascensão vem de encontro com a necessidade de produzir ambientes mais humanizados e é um dos meios mais fáceis de trazer um toque de vida aos lares.
Existem diversos estudos, como os realizados pelas Universidades de São Paulo e da Califórnia, que demonstram a capacidade da coloração para reduzir os níveis de estresse, aumentar a sensação de tranquilidade e até melhorar a concentração. Por isso, ele é cada vez mais adotado em projetos que precisam transmitir conforto e acolhimento, como salas de estar, quartos, varandas e escritórios.
No quesito brasilidade, que o arquiteto sempre gosta de destacar em seus projetos, o verde remete à tropicalidade e evoca nossa ligação íntima com os diversos biomas do país. “A aplicação é um jeito de celebrar a cultura nacional e de valorizar as características marcantes do Brasil”, ressalta.
Como aplicar na decoração?
Com uma ampla gama de tonalidades, o verde pode ser empregado em diferentes estilos de decoração, desde os minimalistas e modernos até os rústicos ou clássicos. Sua presença pode colorir grandes superfícies como paredes, marcenaria ou detalhes menores como almofadas e objetos decorativos.
Nas paredes, uma paleta escura que engloba verde floresta, musgo, oliva e verde-mar é ideal para quartos e salas de estar, entregando uma atmosfera mais sofisticada e elegante. Já em ambientes como cozinha e home office, o verde sálvia ou fantasma resulta em uma base suave que promove serenidade.
O verde claro contribui para a sensação de amplitude em espaços compactos, técnica muito aplicada em imóveis localizados em áreas urbanas.
No mobiliário, aparece com força tanto na marcenaria planejada quanto em móveis como sofás de veludo – uma escolha ousada que transforma qualquer sala de estar em um espaço cheio de personalidade. Em objetos menores, como luminárias, vasos ou quadros, entrega seus gradientes sem comprometer o estilo do ambiente.
Todavia, essas sugestões não são regras. “A escolha vai depender da percepção do morador para cada cômodo, uma vez que cada cor destaca um efeito no ambiente”, recomenda o arquiteto. Entre as possibilidades, o verde pode compor um décor propício ao descanso ou para chamar atenção. “O importante mesmo é equilibrar a paleta e o estilo”, alerta.
Cinco dicas para quem quer modificar a casa com verde:
· Plantas naturais e preservadas: O recurso mais simples e eficaz de incluir o verde é por meio de plantas que, além de adicionarem leveza, melhoram a qualidade do ar e se adaptam facilmente ao décor. Samambaias, suculentas ou espécies suspensas entregam um ambiente acolhedor.
· Almofadas e tecidos: Para mudanças sutis, o uso e troca de capas de almofadas acompanhadas de mantas é uma forma prática de testar o verde em salas de estar, home theater e dormitórios sem comprometer o espaço.
· Quadros na parede: Incorporar o verde em quadros ou gravuras é outra maneira simples de introduzir a cor, seja por meio de paisagens naturais ou padrões abstratos que despertam interesse visual.
· Cabeceira de cama: Uma cabeceira em tom de verde, como esmeralda ou musgo, em acabamentos foscos ou polidos e em revestimentos de madeira ou veludo, acrescenta um ponto focal no dormitório e um clima de relaxamento.
· Sofás, pufes e poltronas: Um sofá ou poltrona em verde esmeralda ou musgo evoca personalidade e sofisticação em salas de estar e varandas. Complementar com almofadas neutras é uma boa sugestão para equilibrar o ambiente.
Além dos locais mencionados, o verde pode ser contextualizado em banheiros, forros, halls de entrada ou corredores. Não há limites para adicionar o simbolismo do verde no décor; o arquiteto recomenda pensar em possibilidades diferentes, como molduras de portas ou rodapés.
O verde é, portanto, mais do que uma tendência: é uma cor que traz vida, equilíbrio e conexão com a natureza para dentro de casa, promovendo ambientes mais acolhedores, sofisticados e cheios de personalidade.
Por Bruno Moraes
Arquiteto, à frente do BMA Studio
Artigo de opinião