Hemofilia: pacientes e cuidadores gastam até cinco horas em deslocamentos para tratamento
Pesquisa inédita revela desafios logísticos e emocionais na jornada de quem convive com hemofilia no Brasil
Uma pesquisa inédita realizada pela ABRAPHEM (Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia), com coordenação científica da Supera Consultoria em Projetos Estratégicos e apoio da Roche Farma Brasil, trouxe à tona os desafios enfrentados por pacientes com hemofilia e seus cuidadores no Brasil. O estudo “Mapeamento da Jornada de Pacientes e Cuidadores com Hemofilia A e B” ouviu 312 participantes de 15 estados e revelou que, em média, são dedicadas cinco horas entre deslocamentos e permanência em hemocentros para o tratamento da doença.
A hemofilia é uma condição rara e hereditária que afeta cerca de 14 mil pessoas no país, segundo o Ministério da Saúde. Caracterizada por um distúrbio de coagulação, ela provoca sangramentos prolongados e recorrentes, exigindo cuidados especializados. A pesquisa destacou que a maioria dos cuidadores são mães, e também analisou o impacto da hemofilia na primeira infância, especialmente em crianças com até seis anos e hemofilia A grave.
Mariana Battazza, presidente da ABRAPHEM, enfatiza que “o objetivo dessa iniciativa é dar visibilidade aos desafios enfrentados diariamente por essas famílias, desde as barreiras logísticas até os impactos físicos e emocionais. Esperamos que os dados contribuam para o aprimoramento do diagnóstico, do tratamento e, sobretudo, da qualidade de vida das pessoas com hemofilia”.
Um dos principais pontos levantados é a carga logística imposta pelo tratamento. Verônica Stasiak, Diretora Estratégica da Supera Consultoria, comenta que “essa realidade impacta diretamente a organização familiar, a vida profissional dos cuidadores e o bem-estar dos pacientes. Por isso, é importante recalcular a rota e pensar em estratégias para a descentralização do cuidado, que promovam mais equidade, conforto e eficiência no cuidado”.
Além do tempo gasto, o estudo revelou que 59% dos pacientes realizam as infusões de fator VIII fora do domicílio, demonstrando a alta dependência dos serviços especializados. Mesmo entre os que fazem o tratamento em casa, 47,1% enfrentam dificuldades no acesso venoso, e 60,9% precisam de múltiplas tentativas para completar a infusão. Mais de 60% dos cuidadores não conseguem administrar a infusão na primeira tentativa, o que reforça a complexidade do cuidado.
Michele França, Diretora Médica da Roche Farma Brasil, destaca que “desafios como esses ainda contribuem para a dependência de hospitais e hemocentros, gerando grande impacto na rotina familiar e menor autonomia no cuidado. Dar luz a esses dados é essencial para estimular reflexões e buscar soluções que tornem a jornada do paciente mais prática, acessível e humanizada”.
Este levantamento é um importante passo para entender a realidade das famílias que convivem com a hemofilia no Brasil e reforça a necessidade de políticas e iniciativas que promovam o acesso facilitado e o conforto no tratamento, melhorando a qualidade de vida desses pacientes e seus cuidadores.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA