Desafios e caminhos para a ascensão das mulheres nas empresas brasileiras

Barreiras invisíveis e a importância de políticas inclusivas para transformar a cultura corporativa

Dados recentes da assessoria de imprensa da Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa do Agronegócio (Fundepag) revelam que, apesar dos avanços, as políticas organizacionais inclusivas ainda são um desafio para a ascensão das mulheres nas empresas. Especialistas apontam que o problema não está apenas em episódios explícitos de preconceito, mas em um conjunto de práticas sutis e invisibilidades que travam as carreiras femininas.

Flávia Motta, gerente de Negócios e Inovação da Fundepag, destaca que “já foi pior, é verdade. Mas ainda não há paridade. As mulheres continuam tendo que lutar para ocupar espaços onde têm total competência para estar. E quem perde com isso é a sociedade como um todo”. Ela relata experiências pessoais, como o apagamento de ideias femininas em reuniões, onde “eu falava algo e a ideia não avançava. Depois, um homem dizia a mesma coisa e era imediatamente validado. Isso ocorre o tempo todo”.

Outro ponto crucial são as chamadas non-promotable tasks — tarefas que não agregam valor direto à carreira e que frequentemente recaem sobre as mulheres, como revisar apresentações ou organizar reuniões. Lina Nakata, professora da FIA Business School e co-presidente da PWN São Paulo, explica que essas atividades podem representar até 200 horas extras de trabalho por ano, afastando as mulheres de funções estratégicas. Para Lina, “políticas organizacionais inclusivas precisam estar enraizadas na cultura da empresa e serem respaldadas pela alta liderança. Não é uma ação pontual, não é uma palestra. É um compromisso contínuo com equidade, representatividade e formação de lideranças mais inclusivas”.

A fundadora e CEO da Uzoma Diversidade, Eliane Leite Alcantara Malteze, reforça que a transformação nas empresas depende do enfrentamento do machismo estrutural, com “letramento da liderança e ações permanentes de formação”. Ela destaca que “temos que falar sobre equidade de gênero, sim, mas também sobre racismo. Naturalizamos desigualdades há tanto tempo que elas parecem normais. E não são. O espaço das mulheres, e das mulheres negras em especial, ainda precisa ser garantido nas estruturas de poder”.

Além disso, a maternidade é um desafio adicional para muitas mulheres. Flávia ressalta que “mulheres com filhos enfrentam desafios adicionais no mercado de trabalho, exigindo redes de apoio que nem sempre existem. É uma nova vida que chega, uma nova esperança. E isso precisa ser acolhido também pelas empresas”. Ela também chama atenção para a síndrome da impostora, que ainda afeta muitas mulheres, e a necessidade de estimular a autoconfiança e a liderança feminina.

A sororidade e a representatividade são fundamentais para o avanço das mulheres. A apresentadora Monaliza Pelicioni comenta que “a mulher, quando está em uma posição de visibilidade, precisa puxar a outra”, mas que “infelizmente, isso nem sempre ocorre” devido a uma cultura de competição histórica. Eliane reforça que “quando uma mulher ocupa um cargo de liderança, ela tem o dever de mentorar outras, de preparar o caminho para que outras cheguem lá também”.

Lina Nakata destaca que “empresas lideradas por mulheres tendem a ter maior presença feminina em todos os níveis de liderança — alta, média e operacional”, mostrando que o apoio entre mulheres é real e necessário. Ela também aponta que políticas de cotas são ferramentas importantes para acelerar mudanças, citando exemplos europeus onde a presença feminina em conselhos administrativos já chega a 30%, gerando resultados financeiros positivos. No Brasil, porém, a participação feminina nesses conselhos é de apenas 8%.

Flávia Motta menciona o modelo sueco de licença parental, onde o benefício é dividido entre homem e mulher, como uma forma eficaz de combater o machismo estrutural. Para Eliane, as cotas são medidas provisórias essenciais para garantir que as mulheres não apenas entrem, mas permaneçam e transformem os espaços.

Por fim, Flávia reforça que “missão, visão e valores não podem estar só na parede. Precisam estar no dia a dia” das empresas, independentemente do porte, para garantir ambientes mais justos e inclusivos.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Fundepag, trazendo um panorama atual e reflexivo sobre os desafios e caminhos para a equidade de gênero no ambiente corporativo.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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