Bedscaping: Transformando o Quarto em um Refúgio Sensorial e Acolhedor
Como a escolha do enxoval e a ambientação do quarto podem elevar o conforto, a estética e o bem-estar do ambiente
A tendência do bedscaping tem se consolidado na arquitetura de interiores ao transformar a cama e o quarto em experiências sensoriais que promovem acolhimento, bem-estar e qualidade de vida. Mais do que apenas funcional, a cama tem todos os ingredientes para se tornar o ponto de destaque do quarto, ambiente que é sinônimo de acolhimento e paz. Quem almeja essa sensação de aconchego precisa entender o que é bedscaping, conceito que vai além do simples ato de arrumar a cama, mas pensa no conjunto como um cenário visual e sensorial, que comunica estilo, acolhimento e bem-estar.
Para a arquiteta Isabella Nalon, que valoriza esses fatores em seus projetos, a escolha das peças da cama, desde lençóis até almofadas, impacta diretamente na atmosfera do dormitório. “No caso da cama, é o lugar onde começamos e terminamos o dia. Pensar em texturas, camadas e cores é uma maneira de cuidar da nossa rotina e também resultar no lindo visual do ambiente”, afirma a profissional.
O conceito de bedscaping parte da ideia de que tecidos, paleta de cores e composições criam sensações, e o enxoval é uma ferramenta central para o conjunto. “Um lençol de algodão fresco, uma manta de tricô aos pés da cama e almofadas com tecidos naturais podem transformar o quarto em um refúgio”, explica Isabella Nalon. Em muitos de seus projetos, ela opta por cores neutras como ponto de partida. Elas criam uma base calma, versátil e elegante. Sobre essa base, entram toques pontuais de cor em mantas, capas ou detalhes, que trazem identidade ao espaço.
Uma das principais técnicas do bedscaping é trabalhar com camadas sobrepostas, que dão profundidade e riqueza visual. Cada peça tem uma função estética e sensorial, tendo o lençol de cima com vira aparente, a colcha leve, a manta dobrada, os travesseiros arranjados por escala e, claro, as almofadas decorativas com detalhes que conferem personalidade ao conjunto. “Gosto de usar a virada do lençol como um detalhe. Na composição dos travesseiros, penso como em uma cena, sendo o de trás mais neutro, o da frente com destaque”, comenta Isabella. A composição pode parecer casual, mas exige intenção e equilíbrio.
Compor a cama não significa seguir uma cartela rígida. O importante é criar harmonia visual, mas sem cair na monotonia. Isabella recomenda ter pelo menos um conjunto neutro, como branco, off white ou cinza claro, que possibilita ter mais flexibilidade na preparação da cama. A partir disso, vale ousar com florais discretos, geométricos elegantes ou até listras suaves. “Não precisa ser tudo da mesma cor. O segredo está na harmonia entre tons, texturas e estampas que criem um efeito visual agradável”, explica a arquiteta. A ideia é que o enxoval traduza a personalidade dos moradores, respeitando o estilo do ambiente.
Mudar o enxoval é uma das formas mais simples de transformar o quarto. “Muita gente pensa que para renovar o quarto é preciso trocar móveis ou pintar paredes. Uma estratégia incrível é simplesmente mudar o enxoval”, sugere Isabella Nalon. Essa renovação pode acontecer de forma sazonal ou sempre que houver vontade de mudança. Em alguns projetos, uma simples troca de colcha ou almofadas foi suficiente para alterar a leitura completa do espaço.
Embora não exista uma regra sobre quando renovar o enxoval, Isabella destaca o bom senso como melhor guia. A durabilidade dos tecidos, as mudanças de estação e o desejo de renovar são fatores importantes. “Alguns lençóis duram mais de uma década, dependendo da composição e da quantidade de fios”, afirma.
Além disso, o conceito de bedscaping não trata apenas da cama, mas sim de tornar o quarto de dormir um refúgio, um local onde recuperamos nossas energias. Por isso, para realmente transformar o quarto nesse “esconderijo especial”, todos os elementos importam, desde o mobiliário, até a iluminação (natural e artificial), cores, revestimentos, tapetes e inclusive a organização. E tudo precisa ser pensado em conjunto para promover o bem-estar.
Por Henrique Araújo
Artigo de opinião