Exercício físico: um remédio essencial para o corpo e a mente
Como a prática regular de atividades físicas transforma a saúde mental e física, comprovada pela ciência e adotada por atletas renomados
Fazer atividade física não é apenas uma escolha estética, é uma estratégia de autocuidado para o corpo e para o cérebro. A prática regular de exercícios físicos já é reconhecida como uma das principais ferramentas de promoção da saúde, mas os benefícios vão muito além do físico. Mover o corpo é também um remédio poderoso para o equilíbrio emocional.
Durante muito tempo, o exercício foi visto apenas como um caminho para emagrecer ou ganhar massa muscular, mas hoje sabemos que ele é essencial também para a saúde mental. A atividade física protege o cérebro, regula emoções e fortalece a mente diante do estresse cotidiano.
Atletas como o tenista Jenson Brooksby, que revelou recentemente o diagnóstico dentro do transtorno do espectro autista, e o ex-nadador Michael Phelps, que já enfrentou depressão e problemas de saúde mental, utilizam o esporte como técnica de suporte à saúde física e mental.
Estudos comprovam os efeitos do exercício na saúde mental. Uma meta-análise publicada recentemente no International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity reuniu dados de 247 estudos e concluiu que a atividade física regular tem impacto positivo direto sobre a autoestima, a redução de sintomas de depressão, a resiliência emocional e o bem-estar geral. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda pelo menos 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada ou 75 a 150 minutos de atividade intensa para adultos. Além disso, orienta que sejam incluídas práticas de fortalecimento muscular pelo menos duas vezes por semana.
Mesmo pessoas com rotinas muito cheias podem atingir essas metas com pequenas mudanças no dia a dia. O importante é ter consistência, pois a ideia não é performance, é saúde.
A prática regular de exercícios está associada a uma série de benefícios, entre eles: redução da pressão arterial e do colesterol; prevenção de doenças como diabetes, infarto e AVC; melhora na qualidade do sono e na disposição diária; estímulo à liberação de neurotransmissores do bem-estar, como endorfina e dopamina; e fortalecimento da memória, da concentração e da saúde cognitiva.
Além disso, estudos recentes mostram que até mesmo treinos curtos, de 5 a 10 minutos por dia, já trazem melhorias em força muscular, humor e flexibilidade, desde que feitos com regularidade e foco.
O sedentarismo é um dos maiores inimigos da saúde integral atualmente e contribui para o surgimento de diversas condições de saúde. O corpo humano foi feito para se movimentar. Quando vivemos uma rotina sedentária, os sistemas começam a falhar silenciosamente e isso afeta não só o metabolismo, mas também a forma como pensamos, sentimos e reagimos.
Atividades físicas melhoram nossa relação com o próprio corpo e com o tempo, é uma prática de autoconhecimento. Quando cuidamos do físico, estamos cuidando também da mente.
Por Dr. Rafael Marchetti
Médico formado pela Faculdade Evangélica de Medicina do Paraná, especialista em Cardiologia com título pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, Médico do Exercício e Esporte, pós-graduação em Medicina do Exercício e do Esporte, certificação internacional em Medicina do Estilo de Vida pelo IBLM, MBA em Gestão de Saúde, 20 anos de experiência, coordenador de UTIs cardiológicas, preceptor de residência médica, atua no projeto Cardioendocrino & Lifestyle Medicine e no Lapinha Spa, coautor do livro Revolução Alimentar, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia
Artigo de opinião