Burnout em alta: estudo revela desgaste emocional entre médicos e equipes de UTI

Pesquisa inédita destaca vulnerabilidades e aponta caminhos para proteger profissionais da saúde oncológica

Um estudo inédito conduzido pelo médico Arthur Fernandes da Silva, Secretário-Geral da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP), trouxe à tona dados preocupantes sobre o aumento do burnout e da fadiga por compaixão entre profissionais que atuam em setores críticos da saúde oncológica. A pesquisa, publicada na Revista Brasileira de Cancerologia, analisou 83 profissionais de um Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) de Recife (PE), incluindo médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Utilizando instrumentos reconhecidos internacionalmente, como o Oldenburg Burnout Inventory (OLBI) e a Professional Quality of Life Scale (ProQOL-IV), o estudo avaliou níveis de exaustão emocional, desligamento do trabalho e satisfação por compaixão. Os resultados revelaram que médicos são os mais vulneráveis ao sofrimento emocional, apresentando os menores índices de satisfação por compaixão (45,6%) e os maiores níveis de desligamento do trabalho. Enfermeiros, por sua vez, relataram os maiores níveis de fadiga por compaixão (53,9%) e exaustão emocional. Já os técnicos de enfermagem mostraram indicadores mais saudáveis, com maior satisfação por compaixão e menor exaustão.

Setorialmente, as equipes de emergência e terapia intensiva apresentaram os piores índices de bem-estar emocional, com altos níveis de desligamento e baixa satisfação por compaixão. Em contraste, os profissionais de cuidados paliativos demonstraram maior resiliência, com satisfação por compaixão de 53,6% e menor desligamento do trabalho.

Segundo Arthur Fernandes, “profissionais que lidam com dor, morte e sofrimento de forma tão constante, como nas UTIs e emergências, estão mais expostos a desgastes psíquicos severos. Identificar esses padrões é o primeiro passo para criar estratégias de prevenção e cuidado.” A pesquisa é inovadora por comparar categorias profissionais e setores assistenciais, fornecendo dados validados que podem embasar políticas públicas para melhorar a saúde mental nas instituições oncológicas.

Além disso, a ANCP destaca que ambientes de cuidados paliativos, que promovem comunicação compassiva e foco no bem-estar global do paciente, podem proteger emocionalmente as equipes, favorecendo empatia e resiliência. A entidade sugere a implementação de programas de autocuidado, treinamentos em comunicação empática, supervisão clínica e reorganização dos ambientes de trabalho.

Com a entrada em vigor da CID-11, que reconhece o burnout como fenômeno ocupacional, cresce a responsabilidade institucional para garantir condições de trabalho mais saudáveis. Para ampliar o alcance das ações, o autor disponibilizou o ebook “O custo do cuidado: estratégias para reforçar o capital psicológico individual e organizacional”, com abordagens práticas para enfrentar o burnout em níveis pessoal e institucional.

Este estudo reforça a urgência de cuidar da saúde emocional dos profissionais que dedicam suas vidas ao cuidado de pacientes em situações de alta complexidade, especialmente no universo oncológico, onde o sofrimento é constante e intenso. A promoção do bem-estar desses profissionais é fundamental para garantir um atendimento de qualidade e humanizado.

Conteúdo produzido com dados da assessoria de imprensa da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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