Testosterona: O Hormônio Essencial para Libido, Energia e Emagrecimento Saudável
Como o equilíbrio da testosterona impacta a saúde física e emocional de homens e mulheres, prevenindo doenças e promovendo qualidade de vida
Muito além do desejo sexual, a testosterona é um hormônio essencial para o equilíbrio físico e emocional. Ela atua diretamente na manutenção da massa muscular, da energia, da disposição mental e até na eficiência do metabolismo. E o que poucos sabem: ela é fundamental tanto para homens quanto para mulheres.
A queda nos níveis de testosterona pode impactar diversas áreas da saúde — do rendimento físico ao humor, da libido à composição corporal. Compreender e tratar a deficiência desse hormônio pode ser um divisor de águas na qualidade de vida.
A testosterona é produzida principalmente nos testículos (homens) e ovários (mulheres), com apoio das glândulas suprarrenais. É fundamental para funções como libido, disposição, massa muscular, densidade óssea, clareza mental e metabolismo. Também tem papel protetor contra doenças cardiovasculares e síndromes metabólicas.
Os sinais de testosterona baixa, tanto em homens quanto em mulheres, incluem queda da libido e satisfação sexual, fadiga constante e baixa energia, dificuldade para emagrecer mesmo com dieta e exercícios, perda de massa muscular e força física, irritabilidade, ansiedade e sintomas depressivos, baixa motivação e dificuldade de concentração, além de sono fragmentado e não reparador.
Clinicamente, a reposição de testosterona é indicada em casos de hipogonadismo androgênico, sarcopenia, melhora da sensibilidade à insulina e composição corporal, melhora cognitiva e do humor, saúde óssea e performance sexual. Os níveis ideais variam entre homens e mulheres, sendo para homens a testosterona total ideal entre 600 e 900 ng/dL e para mulheres entre 75 e 100 ng/dL.
O tratamento da deficiência hormonal deve começar com uma análise clínica completa, exames laboratoriais específicos e interpretação individualizada. Estímulos naturais como sono de qualidade, treino de força, dieta rica em micronutrientes e controle do estresse podem auxiliar a produção hormonal. Quando necessário, a modulação hormonal pode ser feita com gel transdérmico, cápsulas, injeções ou implantes, sempre com prescrição e monitoramento médico rigoroso.
O uso inadequado da testosterona pode causar acne, oleosidade, queda de cabelo, alterações no fígado e nos marcadores cardíacos, supressão da produção natural do hormônio, infertilidade e, em mulheres, engrossamento da voz, crescimento de pelos e alterações menstruais.
A testosterona atua diretamente sobre a massa magra e o metabolismo basal. Níveis adequados favorecem a queima de gordura e melhoram a resposta ao exercício físico. A deficiência hormonal pode levar ao acúmulo de gordura abdominal e à resistência insulínica, dificultando o emagrecimento mesmo com alimentação equilibrada.
No âmbito neuroprotetor, o declínio da testosterona com o envelhecimento masculino tem sido associado a alterações neurocognitivas e aumento do risco de Doença de Alzheimer (DA). Estudos mostram que homens com DA apresentam níveis significativamente mais baixos de testosterona total comparados a controles saudáveis. A testosterona pode atuar na preservação da memória e da função executiva, modulando processos como deposição de β-amiloide, inflamação e plasticidade sináptica. Assim, a terapia de reposição androgênica poderia ser investigada como estratégia preventiva ou adjuvante na DA, com atenção aos riscos cardiovasculares e prostáticos.
Quanto à saúde cardiovascular, embora a testosterona seja tradicionalmente associada a efeitos reprodutivos, evidências recentes indicam que níveis baixos estão ligados a maior incidência de placas ateroscleróticas, inflamação vascular e eventos coronarianos. A testosterona melhora a sensibilidade à insulina, reduz a adiposidade visceral e modula positivamente o perfil lipídico. Além disso, ela promove a função endotelial por meio da vasodilatação mediada por óxido nítrico e reduz marcadores inflamatórios. Estudos mais recentes não confirmam aumento de eventos trombóticos com a terapia de reposição em pacientes adequadamente selecionados e monitorados.
A testosterona exerce efeitos anti-inflamatórios, antiaterogênicos e vasoprotetores, modulando genes lipídicos, angiogênese e homeostase vascular, além de reprogramar metabolicamente tecidos adiposo e muscular. A deficiência hormonal pode ser um fator de risco cardiovascular independente, e a terapia de reposição pode ser benéfica em homens hipogonádicos com risco cardiovascular, desde que individualizada e com monitoramento rigoroso.
Em resumo, a testosterona é um marcador vital da saúde global. Seu equilíbrio influencia energia, humor, desempenho, autoestima e longevidade. Tratar o desequilíbrio hormonal não é sobre vaidade, mas sobre restaurar o bem-estar, prevenir doenças e permitir que o corpo funcione em seu melhor potencial.
Por Dr. Adriano Faustino
médico, especialista em longevidade, emagrecimento e modulação hormonal
Artigo de opinião