Testosterona: O Hormônio Essencial para Energia, Libido e Emagrecimento Saudável
Como o equilíbrio da testosterona influencia o bem-estar físico e emocional de homens e mulheres e os caminhos seguros para seu tratamento
Muito além do desejo sexual, a testosterona é um hormônio essencial para o equilíbrio físico e emocional. Ela atua diretamente na manutenção da massa muscular, da energia, da disposição mental e até na eficiência do metabolismo. E o que poucos sabem: ela é fundamental tanto para homens quanto para mulheres.
A queda nos níveis de testosterona pode impactar diversas áreas da saúde — do rendimento físico ao humor, da libido à composição corporal. Compreender e tratar a deficiência desse hormônio pode ser um divisor de águas na qualidade de vida.
A testosterona é produzida principalmente nos testículos (homens) e ovários (mulheres), com apoio das glândulas suprarrenais. É fundamental para funções como libido, disposição, massa muscular, densidade óssea, clareza mental e metabolismo. Também tem papel protetor contra doenças cardiovasculares e síndromes metabólicas.
Os sinais de testosterona baixa incluem queda da libido e satisfação sexual, fadiga constante, baixa energia, dificuldade para emagrecer mesmo com dieta e exercícios, perda de massa muscular e força física, irritabilidade, ansiedade, sintomas depressivos, baixa motivação, dificuldade de concentração e sono fragmentado.
Clinicamente, a reposição de testosterona é indicada em casos de hipogonadismo androgênico, sarcopenia, melhora da sensibilidade à insulina, saúde óssea, melhora cognitiva e da performance sexual. Os níveis ideais para homens são testosterona total entre 600 e 900 ng/dL e testosterona livre acima de 8 a 10 pg/dL; para mulheres, testosterona total entre 75 e 100 ng/dL e testosterona livre entre 1,8 e 5,0 pg/dL.
O tratamento da deficiência hormonal deve começar com uma análise clínica completa e exames laboratoriais específicos. Estímulos naturais como sono de qualidade, treino de força, dieta rica em micronutrientes e controle do estresse podem auxiliar a produção hormonal. Quando necessário, a modulação hormonal pode ser feita com gel transdérmico, cápsulas, injeções ou implantes, sempre com prescrição e monitoramento médico rigoroso.
O uso inadequado da testosterona pode causar acne, oleosidade, queda de cabelo, alterações no fígado, supressão da produção natural do hormônio, infertilidade, e em mulheres, engrossamento da voz, crescimento de pelos e alterações menstruais.
A testosterona tem papel importante no emagrecimento, atuando diretamente sobre a massa magra e o metabolismo basal. Níveis adequados favorecem a queima de gordura e melhoram a resposta ao exercício físico. A deficiência pode levar ao acúmulo de gordura abdominal e resistência insulínica, dificultando o emagrecimento mesmo com alimentação equilibrada.
Estudos científicos indicam que o declínio da testosterona está associado a alterações neurocognitivas, incluindo maior risco de Doença de Alzheimer em homens idosos. A testosterona exerce efeitos neuroprotetores, modulando a deposição de β-amiloide, inflamação, estresse oxidativo e plasticidade sináptica. A terapia de reposição androgênica poderia ser investigada como estratégia preventiva ou adjuvante na Doença de Alzheimer, com atenção aos riscos cardiovasculares e prostáticos.
Quanto à saúde cardiovascular, níveis baixos de testosterona estão associados a maior incidência de placas ateroscleróticas, inflamação vascular e eventos coronarianos. A testosterona melhora a sensibilidade à insulina, reduz adiposidade visceral e modula positivamente o perfil lipídico. Ela também promove vasodilatação e melhora a função endotelial, além de exercer efeitos anti-inflamatórios e antiaterogênicos.
Preocupações iniciais sobre riscos tromboembólicos com a terapia de reposição de testosterona não foram confirmadas em estudos controlados. Em pacientes adequadamente selecionados e monitorados, a TRT não aumentou eventos trombóticos.
A deficiência de testosterona pode representar um fator de risco cardiovascular independente. A terapia de reposição pode ser benéfica em homens hipogonádicos com risco cardiovascular, desde que bem monitorada e individualizada, evitando-se em pacientes com histórico recente de infarto, trombose venosa profunda ou câncer de próstata ativo.
Em resumo, a testosterona é um marcador vital da saúde global, influenciando energia, humor, desempenho, autoestima e longevidade. Tratar o desequilíbrio hormonal não é sobre vaidade, mas sim sobre restaurar o bem-estar, prevenir doenças e permitir que o corpo funcione em seu melhor potencial.
Por Dr. Adriano Faustino
médico, especialista em longevidade, emagrecimento e modulação hormonal
Artigo de opinião