Rituais de Limpeza Energética: Uma Alternativa Complementar para o Burnout e o Esgotamento Emocional

Como práticas tradicionais afro-brasileiras, como o Ebó, oferecem um caminho integral para o equilíbrio interno diante do aumento dos transtornos mentais

O Brasil vive um crescimento alarmante nos casos de burnout e outros transtornos mentais. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, quase 500 mil licenças médicas foram concedidas em 2024 por questões de saúde mental, um aumento de 68% em relação ao ano anterior. Só no primeiro quadrimestre de 2025, ações trabalhistas relacionadas ao burnout cresceram 14,5%, acumulando um passivo superior a R$3,7 bilhões.

Diante desse cenário, cresce a busca por alternativas de cuidado que vão além da terapia tradicional. A espiritualidade, sobretudo nas tradições afro-brasileiras, tem sido um caminho para quem sente que a mente não dá conta sozinha. Nessa abordagem, o burnout não é visto apenas como uma sobrecarga emocional ou ocupacional, mas como o reflexo de um desequilíbrio energético mais profundo. “Quando a energia adoece, o corpo sente, a mente bloqueia e a vida trava. O burnout é manifestação disso e só o tratamento racional não basta”, explica Eduardo Elesu, sacerdote de Esù.

Rituais como o Ebó, tradicionalmente usados para limpeza, reorganização e abertura de caminhos, têm ganhado novo significado no contexto contemporâneo. Ao contrário de práticas genéricas de autocuidado que aliviam sintomas de forma passageira, o ebó é prescrito após uma leitura oracular individual, que identifica bloqueios espirituais e aponta intervenções práticas e simbólicas, como banhos, oferendas e orações específicas. “Não é algo que se aprende com vídeo ou tutorial. O Ebó é rito com fundamento, tradição e compromisso. Ele não promete milagre, mas é responsável por ajudar a devolver o fluxo da vida”, afirma Elesu.

Essa abordagem não substitui o cuidado médico ou psicológico, mas o complementa. Começa por um entendimento mais amplo das causas do sofrimento: padrões repetitivos, relações que drenam energia, traumas antigos ou um vazio disfarçado de produtividade constante. O tratamento espiritual amplia a visão sobre o adoecimento e propõe um caminho de cura mais integral.

Além do aspecto individual, a espiritualidade afro-brasileira também oferece uma visão coletiva: o bem-estar não é separado da comunidade. “A circulação de axé precisa de ética, troca e responsabilidade, quando um ponto se cura, todo o sistema se reorganiza”, explica o sacerdote.

Num momento em que o colapso emocional se torna cada vez mais comum, os rituais de limpeza energética ganham espaço como ferramentas sérias de sustentação espiritual. Mais do que aliviar o cansaço, eles ajudam a reorganizar a vida a partir do centro, onde a mente e o corpo voltam a se alinhar.

E

Por Eduardo Elesu

sacerdote de Esù, dirigente do Ilê Odé Nlá Axé Alagbará, Oluwo, reconhecido pela precisão nos Jogos de Búzios, rituais de Ebó, encantamentos e processos iniciáticos

Artigo de opinião

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