Como Construir um Plano de Carreira Sólido em Cinco Passos
Estratégias práticas para assumir o controle da sua trajetória profissional em um mercado cada vez mais desafiador
Ter um plano de carreira não é privilégio de executivos ou de quem trabalha em grandes empresas. Qualquer profissional pode — e deveria — estruturar um roteiro para guiar sua vida profissional. O processo, dividido em cinco etapas, envolve autoconhecimento, definição de metas, diagnóstico de lacunas, ações com prazos definidos e revisão periódica.
Se você não tomar as rédeas da sua carreira, alguém vai decidir por você. E, na maioria das vezes, essa decisão não leva em conta seus objetivos ou desejos.
O primeiro passo é entender o que move cada pessoa. Autoconhecimento é a base para qualquer plano profissional consistente. Você precisa saber o que faz bem, o que te desgasta, e onde costuma performar melhor. Para isso, ferramentas simples como a matriz SWOT pessoal (forças, fraquezas, oportunidades e ameaças) e conversas francas com colegas podem ajudar a identificar padrões de comportamento e desempenho.
A segunda etapa é estabelecer uma meta de médio ou longo prazo. Muita gente trabalha no automático. Mas sem uma direção, qualquer movimento serve — o que pode significar anos sem avanços reais. A técnica SMART, que ajuda a definir objetivos específicos, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo, é recomendada para essa fase.
Em seguida, é hora de fazer um diagnóstico: identificar o que ainda separa o ponto atual do destino desejado. Pergunte-se: o que está faltando? Formação, experiência, visibilidade, contatos? Usar o LinkedIn para analisar perfis de profissionais que já atuam nas posições almejadas é uma forma prática de entender as competências que o mercado valoriza.
Com essas informações, é possível construir um plano de ação concreto. Sem prazos e etapas claras, o plano não sai do papel. Precisa estar vivo, visível. Pode ser no planner, no Trello ou no caderno; o importante é acompanhar. Dividir o caminho em marcos factíveis — como concluir um curso até determinado mês, liderar um projeto específico ou iniciar mentorias — ajuda a manter o foco.
A última etapa é a revisão periódica. O plano de carreira não é rígido. Ele deve ser revisto a cada seis meses. O mundo muda, e você também. Reavaliar é parte do processo. Para manter o engajamento, criar um grupo pequeno com colegas de confiança funciona como rede de apoio e lembrete prático de que você não está sozinho nesse esforço.
Para quem sente resistência ou desânimo, é importante lembrar: vai dar preguiça, claro. Mas é a sua carreira. É ela que banca sua vida, seus sonhos, sua segurança. Não dá para terceirizar isso. A construção da trajetória profissional é um exercício contínuo. Não precisa ser perfeito. Precisa começar.
Adiar esse movimento é abrir espaço para que outras pessoas — chefes, empresas, circunstâncias — decidam o rumo da sua vida profissional. Ter clareza sobre onde se quer chegar não garante que o caminho será fácil. Mas evita que se ande em círculos.
Por Virgilio Marques dos Santos
sócio-fundador da FM2S Educação e Consultoria, gestor de carreiras, PhD pela Unicamp, doutor, mestre e graduado em Engenharia Mecânica pela Unicamp, Master Black Belt pela Unicamp, autor do livro "Partiu Carreira", TEDx Speaker, ex-professor de cursos de pós-graduação e especialização na Unicamp e outras instituições, ex-gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas, idealizador do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica
Artigo de opinião