Como promover autonomia e controle equilibrado para equipes produtivas

Estratégias para líderes criarem ambientes de trabalho engajados, felizes e responsáveis

A relação entre liberdade e produtividade no ambiente corporativo já não é mais uma hipótese. Trata-se de uma necessidade estratégica. Segundo Carla Martins, vice-presidente do SERAC, a autonomia das equipes, aliada ao bem-estar contínuo, está no centro de uma nova lógica de desempenho. Nesse modelo, o protagonismo do colaborador, somado ao suporte de líderes empáticos, constrói ambientes mais engajados e sustentáveis. “Autonomia não é ausência de liderança, mas sim confiança estruturada com responsabilidade”, afirma.

Dados da consultoria McKinsey indicam que colaboradores com autonomia têm 50% mais chances de se sentirem motivados no trabalho. Já uma pesquisa da Gallup revelou que equipes altamente engajadas apresentam 21% mais lucratividade e até 41% menos absenteísmo. No entanto, para Carla, não basta conceder liberdade; é necessário criar bases sólidas para que ela floresça de maneira eficaz e equilibrada.

Como delegar com clareza e estimular decisões seguras
De acordo com a executiva, o primeiro passo para promover autonomia sem comprometer a estrutura da empresa é delegar com clareza. Isso inclui definir objetivos, alinhar expectativas e empoderar a equipe com informações e contexto. “Não adianta delegar tarefas sem explicar o porquê delas, sem estabelecer limites ou fornecer as ferramentas necessárias. A autonomia precisa ser orientada por diretrizes, metas claras e indicadores de desempenho. É isso que garante a tomada de decisão com responsabilidade”, explica.

Carla defende que a delegação eficaz começa com o mapeamento dos processos, seguido pela identificação das competências de cada colaborador. “Quando as pessoas sabem o que se espera delas, como serão avaliadas e têm liberdade para propor soluções, sentem-se valorizadas e tendem a apresentar melhor desempenho”, aponta.

Felicidade no trabalho: além dos benefícios genéricos
Mais do que conceder autonomia, promover felicidade dentro das organizações exige ações que vão além de iniciativas genéricas. “Felicidade corporativa não se constrói apenas com dia da fruta ou paredes coloridas. É necessário desenvolver relações genuínas, reconhecer conquistas de forma estratégica e conectar o trabalho individual a um propósito coletivo”, afirma a vice-presidente do SERAC.

Estudos publicados pela Harvard Business Review mostram que colaboradores felizes são 31% mais produtivos e até três vezes mais criativos. Para a executiva, o segredo está na personalização da experiência. “O que motiva um colaborador pode ser irrelevante para outro. Ouvir ativamente, entender as dores e aspirações da equipe, e oferecer respostas práticas e humanas é o caminho mais eficaz para construir um ambiente saudável”, destaca a especialista.

Ela aponta ainda que programas de reconhecimento, trilhas de desenvolvimento personalizadas e práticas de escuta contínua são estratégias que fortalecem a percepção de pertencimento e segurança psicológica, elementos essenciais para o bem-estar duradouro.

Como medir resultados com foco no bem-estar
Um dos maiores desafios enfrentados por lideranças e equipes de RH é mensurar produtividade sem recorrer ao microgerenciamento. Carla Martins propõe a adoção de métricas que combinem desempenho com qualidade de vida, como índices de engajamento, rotatividade, satisfação interna e feedbacks qualitativos. “Não se trata de medir horas trabalhadas, mas de avaliar o impacto do que foi entregue e como esse trabalho foi realizado. Equipes felizes e autônomas produzem mais com menos esforço.”

A especialista recomenda que líderes atuem como facilitadores do desenvolvimento e promotores da cultura organizacional, deixando de lado o modelo controlador e assumindo uma postura estratégica. “O líder que inspira é aquele que cria um ambiente seguro para o erro, incentiva o aprendizado contínuo e reconhece o esforço com consistência.”

Para Carla Martins, empresas que desejam manter-se competitivas em um cenário de transformação precisam compreender que felicidade e autonomia não são opostos da produtividade, são seus principais aliados. “A empresa do futuro não será aquela que controla tudo, mas a que confia nas pessoas certas, em processos bem definidos e em uma cultura sólida. Quando isso acontece, os resultados vêm como consequência”, conclui.

C

Por Carla Martins

Vice-presidente do SERAC, contabilista, formada em Marketing pela ESPM, pós-graduada em Big Data e Marketing

Artigo de opinião

👁️ 54 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar