Escalar com Propósito: O Caminho para um Crescimento Empresarial Sustentável

Como manter a identidade, cultura e eficiência durante a expansão é o verdadeiro diferencial competitivo

Crescer rápido é o desejo de boa parte dos empreendedores. No entanto, expandir uma empresa com consistência exige mais do que aumento de receita ou contratações em larga escala.

Segundo Jhonny Martins, vice-presidente do SERAC, hub de soluções corporativas especializado nas áreas contábil, jurídica, educacional e de tecnologia, “escalar uma empresa é saber crescer sem trair a essência do negócio. É manter coerência com os valores da marca enquanto se amplia a operação e a base de clientes”.

Estudos recentes da McKinsey indicam que apenas 22% das empresas que escalam rapidamente conseguem manter performance sustentável após cinco anos. Os principais fatores que explicam essa queda estão relacionados à perda de cultura organizacional, desalinhamento estratégico e falhas na liderança.

Segundo Martins, a escalabilidade dos negócios precisa ser construída com base em três pilares: clareza de propósito, estruturação de processos e investimento em tecnologia com foco em eficiência. “A cultura precisa acompanhar o crescimento. Se você dobra de tamanho e não reforça os valores e as diretrizes da empresa, o que era diferencial vira problema”, alerta.

O vice-presidente do SERAC cita três pilares para um crescimento sustentável:

Clareza de propósito
A escalabilidade começa com a definição clara do que a empresa quer ser e entregar. “Sem um propósito firme, o crescimento se torna disperso. O propósito é o filtro que orienta cada decisão de expansão, desde contratação até o desenvolvimento de produtos”, explica o executivo.

Um estudo do Harvard Business Review mostrou que empresas com propósito definido e comunicado têm 30% mais chances de manter seus colaboradores engajados durante ciclos de crescimento. Esse alinhamento reduz conflitos internos e melhora a tomada de decisão em momentos de mudança.

Cultura organizacional sólida
À medida que a empresa cresce, manter a cultura exige ações intencionais. “Contratar sem critério cultural é um erro grave. Cultura não é um quadro na parede, é o comportamento que você premia e o que você tolera dentro da empresa”, reforça.

Ferramentas como programas de integração, rituais de equipe e comunicação interna estruturada ajudam a manter os valores vivos mesmo em ambientes com maior complexidade. Práticas de reconhecimento, reuniões de alinhamento e capacitação contínua fazem parte da estratégia para garantir que todos compreendam e compartilhem a missão da organização.

Estrutura e tecnologia com foco em eficiência
A automação de tarefas repetitivas e a adoção de plataformas de gestão são fundamentais para escalar sem perder o controle. Dados da Gartner apontam que empresas que investem em automação inteligente têm uma redução de até 30% nos custos operacionais e conseguem atender 40% mais clientes sem aumento proporcional de equipe.

“Escalar não é só contratar mais gente, mas sim organizar melhor os processos e usar a tecnologia para manter o mesmo padrão de entrega com mais alcance. Essa eficiência operacional é o que sustenta o crescimento a longo prazo”, pontua.

Entre os exemplos mencionados por Martins está o de uma consultoria parceira do grupo, que dobrou a base de clientes em dois anos. O crescimento só foi possível, segundo ele, porque a empresa digitalizou o atendimento, redefiniu seu modelo de precificação e reforçou a cultura com treinamentos frequentes. “O erro mais comum é crescer sem planejamento. Isso sobrecarrega os times, dilui a experiência do cliente e compromete a imagem da marca. Crescimento saudável é aquele que respeita os limites estruturais e a identidade do negócio”, afirma.

O desafio de manter a coerência
A expansão, para ser sustentável, exige coerência entre o que a empresa faz, comunica e entrega. “É fácil perder o controle quando se acelera demais. Por isso, a escalabilidade precisa vir acompanhada de governança, cultura forte e liderança clara”, analisa Jhonny Martins.

Para o executivo, o crescimento ideal é aquele que amplia o impacto sem comprometer a essência. “As melhores empresas não são as que crescem mais rápido, mas as que crescem de forma consciente e duradoura. Escalar com propósito é o verdadeiro diferencial competitivo”, finaliza.

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Por Jhonny Martins

Contador e advogado pela PUC-SP, especialização em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito Damásio de Jesus, MBA em Gestão Empresarial pela FGV-SP, MBA em Gestão Tributária pela USP, vice-presidente do SERAC

Artigo de opinião

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