Comunicação eficaz em processos seletivos: o segredo para fortalecer a marca empregadora
Como uma comunicação clara e humanizada pode transformar a experiência do candidato e valorizar a imagem da empresa
Um detalhe simples, mas frequentemente negligenciado, pode ser o diferencial entre atrair ou afastar talentos em um processo seletivo: a comunicação. De acordo com Patrícia Suzuki, CHRO da Redarbor Brasil, grupo detentor do Pandapé, a falta de clareza e retorno nas interações com candidatos segue sendo um dos maiores gargalos dos RHs no Brasil.
“A ausência de comunicação não apenas compromete a experiência do candidato, como afeta diretamente a imagem da marca empregadora. Um processo seletivo sem interação gera frustração, críticas nas redes sociais e até a perda de profissionais qualificados”, afirma a executiva.
Ainda é comum que candidatos passem por entrevistas ou testes sem receber qualquer tipo de retorno. “Isso gera ansiedade, desmotivação e uma percepção negativa sobre a empresa. Um simples ‘obrigado pela participação’ demonstra respeito. Não se trata de ter todas as respostas de imediato, mas de manter uma comunicação mínima e transparente com quem participou do processo.”
Para melhorar esse cenário, Patrícia defende que o RH adote uma postura mais empática e estruturada. “Mesmo quando o candidato não é selecionado, ele pode sair com uma imagem positiva da empresa, desde que tenha sido tratado com respeito, ouvido e bem informado.”
A seguir, a executiva lista cinco práticas essenciais para uma comunicação mais eficaz e humanizada em processos seletivos:
1. Defina e compartilhe o cronograma do processo seletivo desde o início: informe prazos ao candidato e, se houver mudanças, comunique o quanto antes. “A ausência de previsibilidade só gera ainda mais insegurança para quem está do outro lado”, alerta.
2. Use uma linguagem acessível e profissional: evite termos técnicos ou jargões excessivos. “Muitas vezes, o candidato não entende siglas internas da empresa ou expressões em outros idiomas. Clareza é mais importante que sofisticação.”
3. Dê feedbacks transparentes em todas as etapas do processo seletivo: mesmo que breve, um retorno demonstra consideração pelo profissional. “O feedback não precisa ser detalhado, mas precisa ser honesto, respeitoso e acontecer ao longo do processo, não apenas no fim.”
4. Tenha cuidado com as mensagens automáticas: muitas empresas já utilizam automações para comunicar os resultados dos processos seletivos, mas isso não justifica respostas frias ou genéricas. “Mesmo com o uso da tecnologia, é possível manter empatia e um toque humano — basta ajustar o tom e escolher palavras que transmitam respeito.”
5. Garanta consistência na comunicação: com o uso de múltiplos canais, como e-mail, WhatsApp e plataformas, é essencial manter uma mensagem clara e alinhada em todos os pontos de contato. “O papel do RH é estruturar esse fluxo para que o candidato tenha uma experiência integrada e sem contradições”, destaca Patrícia.
Para a CHRO, todo contato com o candidato é uma oportunidade de reforçar os valores da empresa. “Não existe ‘apenas mais um processo seletivo’. Toda interação comunica quem somos — e isso impacta diretamente na atração e retenção de talentos.”
Ela finaliza com um alerta: “O profissional de hoje é também um consumidor e um influenciador. Ele pode não ser contratado hoje, mas pode recomendar sua empresa amanhã se tiver uma boa experiência.”
Por Patrícia Suzuki
CHRO da Redarbor Brasil
Artigo de opinião