Entre culturas e recomeços: artistas imigrantes revelam desafios e potências no Brasil

No Dia do Imigrante, conheça histórias de resistência, saúde mental e criação artística de quem escolheu o Brasil para recomeçar

Em celebração ao Dia do Imigrante, comemorado em 25 de junho, destacamos trajetórias inspiradoras de quatro artistas imigrantes que encontraram no Brasil um espaço fértil para recomeçar e criar. Vindos do México, Índia, Peru e Luxemburgo, Anirudh, Mateo, Renzo Perales e Adriana Santhi compartilham suas experiências de resistência, pertencimento e expressão artística, revelando os desafios e as potências que atravessam suas jornadas migratórias.

Recomeçar é um verbo presente nas histórias desses artistas. Renzo Perales, peruano radicado em São Paulo, conta que chegou ao Brasil em 2010 “por sobrevivência, mas permanecer foi escolha. Criar música me faz sentir vivo”. Já Adriana Santhi, nascida em Luxemburgo e criada na Bélgica, decidiu investir na música após uma pausa forçada por problemas de saúde. Ela relata que “recomeçar aqui foi bonito, mas também solitário no início. Só depois consegui, de fato, me sentir ancorada.” Para Mateo, do México e integrante da banda Francisco, el Hombre, a sensação de deslocamento é constante: “Eu sempre sou o que não é daqui… A única casa fixa é o corpo — e a arte.”

Além dos desafios pessoais, esses artistas enfrentam barreiras estruturais como burocracias migratórias, ausência de redes de apoio e dificuldades econômicas. Adriana destaca que “a informalidade das relações no Brasil foi um baque no início” e que, mesmo se sentindo quase em casa, “aqui ninguém me enxerga como brasileira.” Renzo acrescenta que, apesar de se sentir parte de uma comunidade cultural diversa, “quem nasce aqui tem mais acesso. Eu ainda tô no fim da fila.” Mateo chama atenção para a pouca valorização do mercado brasileiro à música em espanhol, apesar da proximidade cultural latino-americana.

Entretanto, a mistura cultural se transforma em potência criativa. Mateo afirma que “a cultura brasileira me ensinou a fazer um corpo dançar e uma carreira existir.” Anirudh, indiano radicado em Belo Horizonte, destaca que “a sensibilidade da música brasileira é o que permite recomeços.” Renzo valoriza o afeto presente na música local: “A música aqui é sinônimo de afeto — isso é único.” Para Adriana, “a música não está restrita aos palcos — ela pulsa nas ruas, nos corpos. Isso me inspira profundamente.”

Para permanecer e crescer, esses artistas apostam na construção de redes de afeto e trabalho. Renzo aconselha: “Façam amizades. As verdadeiras são sua rede de apoio.” Adriana reforça a importância da autenticidade: “Ser imigrante é trazer um olhar novo. Não tenham medo de mostrar quem são.” Também ressaltam a necessidade de entender o ecossistema musical brasileiro, como o registro de obras e a construção de público, para garantir reconhecimento e direitos autorais.

A saúde mental é outro tema central. Mateo e Adriana, ambos diagnosticados com bipolaridade, transformam suas vivências em arte. Mateo compartilha que seu disco “NEURODIVERGENTE” aborda a luta contra a depressão e a importância de falar abertamente sobre o tema. Adriana revela: “Só comecei a ‘pousar’ depois que me tratei. Minha arte é meu lugar de aterramento. É onde transformo dor em som.”

Essas histórias mostram que ser artista imigrante no Brasil é um ato de coragem e resistência. Eles buscam ser reconhecidos não como “exóticos” ou “música de imigrante”, mas pela singularidade e pela riqueza da mistura cultural que carregam. Como resume Adriana: “Recomeçar é lindo, mas exige coragem. E a arte, aqui no Brasil, é o que me lembra todos os dias que vale a pena.”

Este conteúdo foi produzido com dados da assessoria de imprensa RNR Assessoria.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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