Panorama Mulheres 2025 revela que igualdade de gênero ainda é desafio no topo das empresas brasileiras

Pesquisa do Instituto Talenses Group e Insper mostra baixa presença feminina em presidências e conselhos, apesar de políticas de diversidade

A pesquisa Panorama Mulheres 2025, realizada pelo Instituto Talenses Group em parceria com o Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, traz um retrato preocupante sobre a participação feminina na alta liderança das empresas brasileiras. Com dados coletados em 2024 de 310 empresas de diversos setores e portes, o estudo revela que, apesar das políticas de diversidade, a igualdade de gênero ainda está longe de se concretizar nos cargos de maior poder.

Entre as 224 empresas com presidência formalizada, apenas 17,4% são lideradas por mulheres — um número que permanece praticamente inalterado em relação às edições anteriores. Essa estagnação reflete um cenário global, já que o Global Gender Gap Report 2023 aponta que a participação feminina em cargos de liderança no mundo é de 29%. No ritmo atual, a paridade levaria mais de 160 anos para ser alcançada.

Carla Fava, diretora executiva do Instituto Talenses, destaca que “historicamente, os homens chegaram à presidência com mais facilidade porque sempre tiveram maior acesso a redes de poder e oportunidades de promoção. As estruturas corporativas foram criadas por homens e para homens”. Ela também observa que muitas mulheres veem no empreendedorismo uma alternativa para conquistar espaços de liderança com mais autonomia, diante das barreiras do ambiente corporativo, como o teto de vidro, viés inconsciente e falta de flexibilidade para equilibrar trabalho e vida pessoal.

Outro dado relevante da pesquisa é a homogeneidade racial na alta gestão: cerca de 90% das presidências são ocupadas por pessoas brancas, com mulheres indígenas, pretas e amarelas praticamente invisíveis nesses espaços. Ana Diniz, coordenadora do Núcleo de Estudos de Gênero do Insper, reforça que “observamos uma estagnação preocupante na subrepresentação feminina, especialmente no caso de mulheres negras, indígenas e com deficiência. Isso evidencia um problema ainda não resolvido.”

Nos conselhos de administração, a presença feminina também é tímida: apenas 17,1% das cadeiras são ocupadas por mulheres, e em mais da metade das empresas com conselhos ativos, não há nenhuma mulher entre os conselheiros. Mesmo entre organizações que adotam compromissos públicos ou estratégias ESG, a representatividade feminina nesses espaços permanece baixa, evidenciando a necessidade de metas claras e compromisso real da alta liderança.

A urgência por mudanças se intensifica com as novas exigências regulatórias da B3, que, até 2026, exigirão que empresas listadas tenham pelo menos uma mulher e um membro de comunidades sub-representadas no conselho ou diretoria. Carla Fava alerta que “a presença feminina nos conselhos ainda depende, em grande parte, da vontade política das empresas. Sem metas claras e compromisso real, o risco é que a inclusão se limite ao cumprimento formal da regra, sem gerar transformação estrutural.”

A pesquisa também destaca que muitas mulheres chegam à presidência por meio do empreendedorismo, especialmente em negócios menores, enquanto homens lideram mais empresas de grande porte. Isso reforça que empreender é uma forma de contornar barreiras corporativas e construir autonomia.

Por fim, a Panorama Mulheres 2025 mostra que, embora o debate sobre diversidade tenha avançado, o topo das organizações brasileiras continua predominantemente masculino e branco. Para reverter esse quadro, é fundamental que a presença feminina seja acompanhada por políticas concretas, metas bem definidas e compromissos institucionais que promovam transformações reais e duradouras.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

👁️ 57 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar