Fissura Labiopalatina: Conscientização e Inclusão para Construir Sorrisos Plenos

Quebrar o silêncio e enfrentar o preconceito são passos essenciais para garantir tratamento integral e dignidade às crianças com fissura labiopalatina.

O Dia Nacional de Conscientização sobre a Fissura Labiopalatina, celebrado em 24 de junho, representa muito mais do que uma data no calendário. É um chamado à empatia, à informação e à ação. A fissura labiopalatina, condição congênita que afeta o lábio ou o palato, o famoso “céu da boca”, ainda é cercada por estigmas, desinformação e desafios de acesso a tratamentos adequados.

Estima-se que, no Brasil, um em cada 650 nascidos vivos apresente essa condição. Ainda assim, muitas famílias enfrentam o diagnóstico com medo, desorientação e falta de suporte. A boa notícia é que, com o tratamento adequado — que envolve cirurgia, fonoaudiologia, odontologia, psicologia, entre outras áreas — a criança pode ter uma vida plena, com desenvolvimento funcional, emocional e social satisfatório.

No entanto, o caminho nem sempre é fácil. Há barreiras de acesso, especialmente para famílias em situação de vulnerabilidade social, que moram longe dos centros especializados ou que enfrentam dificuldades para compreender a complexidade do tratamento. Além disso, o preconceito ainda é um obstáculo cruel. Crianças com fissura enfrentam olhares tortos, comentários maldosos e, muitas vezes, isolamento.

É por isso que a conscientização é tão importante. Precisamos romper o silêncio, informar a população, formar profissionais preparados e garantir políticas públicas que assegurem o cuidado integral e humanizado. A atenção à fissura não pode ser limitada ao procedimento cirúrgico — ela deve considerar o impacto emocional, familiar e social dessa condição.

Falar de fissura é também falar de inclusão, de acolhimento e de respeito. É garantir que cada criança tenha o direito de sorrir, se comunicar e viver plenamente, sem vergonha ou constrangimento. É reconhecer que saúde bucal também é saúde integral, e que o SUS, por meio de serviços como os Centros de Atendimento em Fissuras Labiopalatinas, pode e deve ser fortalecido para garantir esse cuidado.

Neste 24 de junho, mais do que lembrar da existência da fissura labiopalatina, precisamos lembrar das pessoas que convivem com ela. Precisamos garantir que nenhuma criança ou família enfrente esse caminho sozinha, e que cada sorriso reconstruído represente uma conquista da sociedade como um todo. Porque cada sorriso importa — e cada vida merece ser tratada com dignidade, cuidado e respeito.

V

Por Vaniele Pailczuk

enfermeira, especialista em UTI/ Urgência e Emergência, professora e tutora de cursos de pós-graduação na área da saúde no Centro Universitário Internacional Uninter

Artigo de opinião

👁️ 69 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar