Depressão Pós-Parto: Como Identificar os Sinais Durante a Gravidez e a Importância do Cuidado Emocional no Pré-Natal

A saúde mental materna precisa ser prioridade desde a gestação para prevenir e tratar transtornos que afetam mãe e bebê. Conheça os sinais de alerta e a urgência de um acompanhamento psicológico adequado.

A influenciadora Viih Tube revelou recentemente que enfrentou depressão pós-parto após o nascimento da filha, desabafando sobre o “fundo do poço” mesmo tentando ser a melhor mãe possível. Esse relato traz à tona uma questão fundamental: os transtornos emocionais no ciclo perinatal, que compreende a gestação e o pós-parto, são mais comuns do que muitos imaginam, porém frequentemente invisíveis na rotina de avaliação médica.

A psicóloga perinatal Rafaela Schiavo destaca que a gravidez é a fase mais crítica para alterações emocionais na vida da mulher, embora seja a menos acompanhada sob o ponto de vista psicológico. A romantização desse período contribui para a invisibilização dos sintomas, levando muitas mulheres a acreditarem que a depressão ocorre apenas após o parto. No entanto, estudos recentes indicam que a depressão muitas vezes começa ainda na gestação e, se não identificada, pode se agravar após o nascimento do bebê.

É fundamental diferenciar os sintomas esperados da gravidez daqueles que indicam a necessidade de atenção especializada. Embora ansiedade e estresse sejam comuns, níveis excessivos não são normais e podem prejudicar tanto o bem-estar da mãe quanto o desenvolvimento do bebê. Fatores como gestações não planejadas, falta de rede de apoio, medo do parto e insegurança quanto ao futuro são gatilhos emocionais importantes.

Seis sinais de alerta para a saúde emocional da gestante merecem atenção:
1) Ansiedade excessiva ou medo persistente
2) Tristeza profunda ou apatia
3) Irritabilidade constante sem motivo aparente
4) Dificuldade em criar vínculo com a gestação ou o bebê
5) Insônia frequente ou exaustão mental
6) Falta de apoio ou sensação de solidão

A busca por ajuda deve ser imediata ao perceber que essas emoções comprometem a rotina ou o vínculo com a gestação, sem esperar que o quadro se agrave.

Rafaela Schiavo defende a inclusão da saúde mental na triagem do pré-natal, utilizando instrumentos de rastreio rápidos que podem ser aplicados por enfermeiros ou obstetras em menos de quatro minutos. Essa prática permitiria encaminhar a gestante para profissionais especializados ainda durante a gravidez, prevenindo o agravamento dos transtornos.

Além disso, o pré-natal psicológico surge como uma abordagem complementar essencial, focada na prevenção, acolhimento e fortalecimento emocional da mulher, preparando-a para o parto e a maternidade.

Apesar dos avanços legislativos, como a Lei 14.721/2023 que garante acompanhamento psicológico durante a gestação, parto e pós-parto no SUS e na rede privada, o acesso a profissionais especializados permanece limitado. Menos de 1% dos psicólogos no Brasil possuem formação em psicologia perinatal, o que dificulta o acolhimento adequado às gestantes.

É urgente que a saúde mental materna seja tratada com a mesma prioridade que as condições físicas durante a gravidez, garantindo um cuidado integral que promova o bem-estar da mãe e do bebê desde o início da gestação.

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Por Tais Gomes

Assessora de Imprensa, TG Assessoria de imprensa

Artigo de opinião

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