Dia Mundial do Refugiado: ONG alerta para retrocessos e desafios na inclusão no Brasil

Visão Mundial destaca aumento de pedidos de refúgio e vulnerabilidade extrema entre migrantes, reforçando a urgência de políticas públicas eficazes

No Dia Mundial do Refugiado, celebrado em 20 de junho, a ONG Visão Mundial Brasil reforça a necessidade urgente de ações estruturadas para garantir dignidade, acolhimento e oportunidades reais de integração para refugiados e migrantes no país. Apesar da tradição brasileira de portas abertas, os desafios enfrentados por essa população são cada vez maiores e evidenciam retrocessos na inclusão social.

Atualmente, o Brasil abriga mais de 790 mil pessoas refugiadas ou migrantes sob proteção da ONU, com cerca de 144 mil reconhecidas formalmente como refugiadas. A maioria vem da Venezuela, Haiti, Cuba, Colômbia, Síria e Afeganistão. Segundo Thiago Crucciti, diretor nacional da Visão Mundial Brasil, “acolher vai além de permitir entrada, é garantir moradia, emprego, acesso à saúde e educação, e principalmente, combater preconceitos que impedem a inclusão plena. A realidade de hoje mostra que ainda estamos longe disso”.

Em 2024, os pedidos de refúgio cresceram 16,3%, totalizando mais de 68 mil solicitações. No entanto, a resposta do poder público permanece lenta, e a inclusão social é um dos principais obstáculos. Pesquisa da Visão Mundial, com apoio do ACNUR, revela que 55% dos refugiados estão desempregados, enfrentando barreiras como dificuldades linguísticas, falta de rede de apoio, racismo, discriminação e entraves para validação de diplomas.

A situação dos refugiados indígenas venezuelanos é ainda mais crítica: 58% passam fome, 75% têm necessidades de saúde não atendidas e 21% das crianças estão fora da escola. A moradia segura é outro desafio, com apenas 15% vivendo em residências consideradas seguras e 27% em locais com infraestrutura mínima.

Além das dificuldades estruturais, a xenofobia cresce no país. Pesquisa do Datafolha indica que 14% dos brasileiros acreditam que o país recebe mal migrantes de países pobres, enquanto apenas 2% têm opinião negativa sobre migrantes de países ricos. Para 20% dos entrevistados, a raça é o principal fator que define o tratamento dado aos migrantes. Denúncias de xenofobia na internet aumentaram 874% em 2022, segundo a Safernet.

Embora o Brasil possua marcos legais como a Lei de Refúgio (Lei nº 9.474/1997) e a Lei de Migração (13.445/17), sua implementação ainda é falha. “Não basta ter leis no papel. É preciso garantir que elas sejam aplicadas na prática, com políticas públicas abrangentes que atendam tanto às necessidades imediatas quanto à integração de longo prazo”, destaca Crucciti.

A Visão Mundial defende a criação de ações integradas entre governo, empresas e sociedade civil para combater desigualdades, garantir profissionalização e oferecer oportunidades concretas aos refugiados. “O Dia Mundial do Refugiado não é uma data para celebrar. É um momento de cobrança e mobilização. Precisamos agir, juntos, por uma sociedade que acolha com dignidade”, conclui.

Este conteúdo foi produzido com base em informações da assessoria de imprensa da ONG Visão Mundial Brasil.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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