Férias escolares: fortalecendo vínculos familiares e promovendo a saúde mental infantil

Como o recesso pode ser uma oportunidade para descanso, autonomia e aprendizado emocional das crianças

As férias escolares marcam um período aguardado por muitos estudantes, mas também representam uma oportunidade estratégica para o desenvolvimento emocional e cognitivo das crianças, segundo o psicólogo Danilo Suassuna, professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás e diretor do Instituto Suassuna. Para ele, o tempo de recesso não deve ser tratado apenas como uma pausa na rotina escolar, mas como um ciclo essencial de descanso, conexão familiar e estímulo saudável à autonomia.

“O período letivo pode ser cansativo para as crianças, que lidam com longas jornadas de estudo e pressão por desempenho. O descanso proporcionado pelas férias é crucial para a recuperação do corpo e da mente. O sono tende a ser mais regular e de melhor qualidade nesse período, o que favorece diretamente o desenvolvimento cognitivo e emocional”, explica Suassuna.

Além do aspecto fisiológico, o especialista destaca que as férias ampliam a oportunidade de aprendizagem informal, muitas vezes mais significativa do que o conteúdo formal das aulas. “Atividades como viagens, visitas a museus, brincadeiras ao ar livre e leituras fora do currículo escolar são ricas em estímulos. Elas promovem a criatividade, reforçam a autoestima e ajudam a criança a construir sua identidade”, afirma o doutor em psicologia.

Suassuna também faz um alerta aos pais e responsáveis: é preciso equilibrar a programação com momentos de ócio e liberdade de escolha. “Planejar atividades é importante, mas deixar que a criança decida o que quer fazer em parte do tempo é essencial para desenvolver autonomia e senso de responsabilidade. Além disso, brincar junto, participar dessas atividades, fortalece os laços familiares de forma natural e afetuosa”, ressalta.

Entre as sugestões práticas apresentadas por Suassuna para um período de férias mais saudável estão:
– Contato com a natureza e atividades físicas, como caminhadas e brincadeiras em parques, que reduzem o estresse e estimulam a socialização;
– Experiências culturais, como idas a museus, cinemas ou exposições, que ampliam o repertório e fortalecem o senso crítico;
– Leituras e jogos educativos, que mantêm a mente ativa de forma leve e prazerosa;
– Vivências religiosas, quando condizentes com a realidade familiar, como forma de nutrir valores e vínculos sociais;
– Momentos de convivência com outras crianças, que favorecem o desenvolvimento de empatia, comunicação e trabalho em equipe.

Ao defender o descanso como parte essencial do processo educacional, Suassuna reforça que saúde mental na infância é construída no dia a dia. “Não se trata de encher a agenda das crianças com atividades ‘produtivas’. O tempo livre, o tédio criativo, o brincar espontâneo — tudo isso contribui para que elas cresçam mais seguras, empáticas e preparadas para lidar com os desafios da vida”, afirma o diretor do Instituto Suassuna.

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Por Danilo Suassuna

Doutor em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2008), professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás, diretor do Instituto Suassuna, autor do livro “Histórias da Gestalt-Terapia – Um Estudo Historiográfico”, coordenador do NEPEG Núcleo de estudos e pesquisa em gerontologia do ITGT, membro do Conselho Editorial da Revista da Abordagem Gestáltica, consultor Ad-hoc da revista Psicologia na Revista PUC-Minas (2011)

Artigo de opinião

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