A Importância do Brincar no Desenvolvimento Infantil
Como o brincar promove aprendizado, criatividade e habilidades sociais na Educação Infantil
Em 2025, a Semana Mundial do Brincar teve como tema “Proteger o Encantamento das Infâncias”. O objetivo principal é reforçar a importância de preservar a magia e o prazer de brincar das crianças. Esta iniciativa visa valorizar o brincar como um direito fundamental de toda criança. É também um meio essencial para o aprendizado e o desenvolvimento, além de ser um momento de alegria e conexão entre gerações.
Sabemos o quanto o universo lúdico, com livros, brinquedos, músicas, movimentos e imaginação — encanta as crianças e faz parte do seu cotidiano. Mas é importante destacar que, quando uma criança brinca, ela não está “apenas passando o tempo”, distraindo-se: ela está aprendendo, experimentando o mundo e construindo conhecimentos importantes sobre si, sobre o outro e sobre o ambiente ao seu redor.
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC orienta que as brincadeiras e interações são eixos estruturantes da Educação Infantil e essenciais para garantir os direitos de aprendizagem das crianças — como expressar-se, explorar, conviver, participar, conhecer-se e brincar.
Nas escolas que atuo valorizamos profundamente as vivências lúdicas que fazem parte do cotidiano diário das crianças. As brincadeiras potencializam o jogo simbólico, no qual as crianças experimentam diferentes papéis sociais, encenam situações do cotidiano, expressam sentimentos e constroem narrativas. Ao “brincar de ser”, elas desenvolvem a imaginação, a empatia, a linguagem, a criatividade e a capacidade de se colocar no lugar do outro, habilidades fundamentais para o desenvolvimento humano.
Por meio do brincar, a criança desenvolve diversas habilidades de forma natural e prazerosa, como:
– Atenção e autocontrole: atividades como empilhar blocos, montar quebra-cabeças ou explorar jogos simples ajudam a criança a manter o foco, respeitando seu tempo e limites;
– Raciocínio e estratégia: ao brincar, a criança experimenta, erra, tenta de novo e cria suas próprias soluções;
– Compreensão de regras e limites: os jogos e brincadeiras ensinam sobre o convívio em grupo, o respeito aos combinados e a vez do outro;
– Consciência corporal: ao correr, pular, dançar ou fazer movimentos mais delicados, ela aprende sobre o seu corpo, suas possibilidades e limites;
– Criatividade e imaginação: transformar um lençol em castelo ou uma escova em microfone é mais do que faz de conta, é exercício de pensamento criativo e simbólico.
Quando as crianças têm oportunidades de brincar em ambientes preparados, com intencionalidade pedagógica e afeto, como fazemos aqui no Infantil, elas vivem experiências ricas que alimentam o pensamento, a linguagem, as emoções e os vínculos sociais. Essas vivências do brincar no presente são a base de um futuro potente.
Por isso, convido a todos a olharem para as brincadeiras também como um ato de aprendizagem e desenvolvimento integral, tanto em casa quanto na escola. Enquanto brincam, nossas crianças crescem, experimentam, aprendem e se tornam autoras da própria história.
Por Ana Carla Cabral
Coordenadora pedagógica da Educação Infantil do Colégio Sagrado Coração de Jesus, Rede de Educação Missionárias Servas do Espírito Santo
Artigo de opinião