Brasileiros esperam mais de cinco anos para acessar terapias inovadoras
Estudo da FIFARMA revela atrasos no acesso a medicamentos, apesar da eficiência regulatória do Brasil
Dados recentes apresentados pela FIFARMA e Interfarma no evento ACESSO Brasil 2025 mostram que, apesar do Brasil ser líder em eficiência regulatória na América Latina, os pacientes brasileiros enfrentam uma espera média de 5,3 anos para ter acesso a novos medicamentos inovadores. O estudo FIFARMA Patient W.A.I.T. Indicator 2025, desenvolvido pela IQVIA, revela um paradoxo: o país aprova medicamentos com rapidez, mas a disponibilidade real para os pacientes ainda é muito lenta.
O Brasil destaca-se por ter um sistema regulatório eficiente, com uma média de apenas 2 anos entre a aprovação internacional (FDA/EMA) e a aprovação local. No entanto, o tempo total para que esses medicamentos cheguem ao paciente é mais do que o dobro, chegando a 5,3 anos — um aumento de 18% em relação ao ano anterior. Essa discrepância está ligada a desafios estruturais e mudanças nas políticas públicas, que resultaram na reclassificação de muitos medicamentos para a categoria “Aprovado, não disponível”.
Medicamentos oncológicos são os que mais sofrem com esses atrasos, enquanto os medicamentos órfãos, destinados a doenças raras, apresentam tempos de incorporação mais rápidos. Essa realidade evidencia que o acesso não deve parar na aprovação regulatória, mas precisa avançar para garantir que as terapias inovadoras cheguem efetivamente a quem precisa.
Durante o evento, especialistas reforçaram que o Brasil possui capacidade técnica e institucional para construir um sistema de saúde mais ágil e inclusivo. Segundo Yaneth Giha, diretora executiva da FIFARMA, “Por trás de cada ano de espera, há pacientes, famílias e vidas. O próximo passo deve ser acelerar a disponibilidade efetiva de terapias inovadoras, articulando inovação, acesso e investimento com uma visão de longo prazo e colaboração entre todos os atores do sistema.”
Renato Porto, presidente-executivo da Interfarma, destacou a necessidade de reavaliar os processos de incorporação e pós-incorporação de medicamentos para superar as barreiras estruturais que atrasam o acesso. “Não basta aprovar, é preciso garantir o acesso. O futuro da saúde no Brasil depende de ações concretas que unam todos os atores do sistema em torno de um objetivo comum: transformar inovação em benefício real para a população”, afirmou.
Em âmbito regional, o estudo também aponta que, dos 403 medicamentos aprovados pela FDA e EMA entre 2018 e 2022, apenas 61% foram aprovados em algum país da América Latina, e menos de 10% melhoraram sua disponibilidade no último ano. Isso reforça a urgência de evoluir os sistemas de saúde para acompanhar o ritmo acelerado da ciência e garantir que ninguém seja deixado para trás.
A FIFARMA e a Interfarma defendem que a inovação em saúde deve ser uma realidade para todos, promovendo o uso de evidências sólidas para orientar políticas públicas e fortalecer sistemas de saúde mais equitativos e sustentáveis. O ACESSO Brasil 2025 foi um espaço fundamental para reunir os principais atores do setor e buscar soluções reais para transformar a inovação em benefícios concretos para a população.
Com diálogo, dados e decisões estratégicas, o Brasil tem a oportunidade de fechar a lacuna entre a aprovação de medicamentos e o acesso efetivo, garantindo o direito à saúde para milhões de pessoas.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA