A Realidade por Trás do “Novo” Projeto para Venda de Medicamentos em Supermercados

Por que a proposta apresentada não traz inovação e pode comprometer a segurança no acesso a medicamentos

Por meio da imprensa e em declarações na Comissão de Assuntos Sociais, os autores da proposta anunciaram nesta quarta-feira, dia 11, o esboço de um novo projeto. Assim que o texto for protocolado, imediatamente analisaremos seu conteúdo e nos posicionaremos. Porém, o que foi apresentado inicialmente está longe de representar uma inovação no ordenamento jurídico. A legislação vigente já permite farmácias dentro da área de supermercados, mas funcionando de forma independente e com presença obrigatória do farmacêutico.

Segundo dados divulgados pelo Conselho Federal de Farmácia na audiência pública deste dia 11, a partir de indicadores do Ranking ABRAS edição 2024 – ABRAS/Nielsen, já existem atualmente 21.420 supermercados com farmácias próprias integradas.

Esse “novo” modelo só demonstra a precariedade do projeto de lei original, cuja rejeição já havia sido recomendada por organismos como Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde (CNS), CONASS e CONASEMS, que representam as secretarias estaduais e municipais de saúde. Desde o início das discussões sobre o tema, alertamos para os inúmeros riscos a que seriam submetidos milhares de brasileiros, que hoje já contam com o suporte de mais de 93 mil farmácias para iniciar ou manter seus tratamentos.

Saúde não é mercadoria e não se debate com regimes de urgência, argumentos rasos ou que contrapõem a realidade. Continuaremos abertos ao diálogo, mas sem jamais deixar de lado o compromisso com a população e com o acesso amplo e seguro a medicamentos.

S

Por Sergio Mena Barreto

CEO da Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias (Abrafarma)

Artigo de opinião

👁️ 244 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar