Ética na Enfermagem: Por Que Não Pode Ser Apenas Teoria na Formação Profissional

A ética deve ser um eixo central e integrado na formação dos enfermeiros para enfrentar os desafios reais da saúde.

A ética na enfermagem é um tema que, apesar de sua importância crescente, ainda é tratado de forma superficial na formação acadêmica dos profissionais. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), os dilemas éticos têm se tornado cada vez mais frequentes na rotina dos enfermeiros, exigindo deles uma atuação que vai muito além da técnica. No entanto, muitos cursos ainda abordam a ética como uma disciplina isolada, desconectada das situações práticas que esses profissionais enfrentarão no dia a dia.

A professora Esther Lopes Ricci Adari Camargo, coordenadora do curso de Enfermagem da FASIG, destaca que essa abordagem fragmentada resulta na formação de profissionais tecnicamente qualificados, mas despreparados para lidar com as tensões éticas que permeiam o cuidado. Entre os desafios estão decisões complexas sobre o fim da vida, a equidade no atendimento e os conflitos entre interesses institucionais e o bem-estar do paciente. “Sem uma formação robusta nesse eixo, o risco é formar profissionais mecanizados, que executam protocolos, mas não refletem criticamente sobre as implicações humanas de suas ações”, alerta Esther.

A urgência de integrar a ética como um eixo formador na enfermagem é clara. Isso significa que ela deve estar presente em toda a formação, por meio de estudos de caso, simulações de situações reais e discussões interdisciplinares. A simples memorização de códigos de conduta não prepara os profissionais para decisões complexas, como agir diante da recusa de tratamento por parte do paciente ou em situações de escassez de recursos. A revisão do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, atualmente em debate no Cofen, reforça essa necessidade, mas é fundamental que essa mudança também aconteça dentro das salas de aula.

A negligência na formação ética não afeta apenas o atendimento individual, mas tem impacto direto na saúde coletiva. Profissionais despreparados tendem a reproduzir práticas excludentes, pouco empáticas e até discriminatórias. Em um país marcado por desigualdades sociais que influenciam o acesso à saúde, a atuação ética do enfermeiro é um ato de responsabilidade social. Ignorar esse aspecto na formação é fechar os olhos para o papel transformador que a enfermagem pode exercer na sociedade.

Portanto, a solução passa por uma mudança estrutural no ensino da enfermagem. As instituições devem tratar a ética não como um item do currículo, mas como um eixo integrador, presente em todas as disciplinas e práticas. Só assim será possível formar profissionais competentes tecnicamente, conscientes de seu papel social e preparados para enfrentar os dilemas complexos da saúde moderna, comprometidos com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados exclusivos da assessoria de imprensa da FASIG e reflete a visão de especialistas sobre a importância de uma formação ética sólida na enfermagem. E você, como vê a importância da ética na formação dos profissionais de saúde? Compartilhe sua opinião nos comentários!

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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