Estudo aponta queda no orçamento da comunicação corporativa e transformação estratégica em 2024

Um novo estudo da Aberje, realizado em parceria com a FGV Comunicação Rio e com apoio do ValorPro, revela uma queda significativa no orçamento destinado à comunicação empresarial no Brasil para 2024. Segundo o levantamento “Orçamento da Comunicação Empresarial 2024-2025”, os investimentos caíram de R$ 35,5 bilhões em 2023 para R$ 31,8 bilhões em 2024, uma retração nominal de 10,4% e real de 14,8%, considerando o IPCA de 4,83%. Esse valor representa o menor patamar da série histórica recente, refletindo um cenário de instabilidade econômica e política no país.

De acordo com Leonardo Müller, economista-chefe da Aberje, “o recuo nos investimentos em 2024 não deve ser interpretado apenas como corte de custos, mas como sinal de uma transformação mais ampla. Estamos vivendo uma reconfiguração das prioridades e da própria estrutura da comunicação nas empresas”. O estudo, que analisou dados de 134 empresas, destaca que essa redução não é apenas um ajuste financeiro, mas um indicativo de mudanças profundas nas práticas e no papel da comunicação corporativa.

O contexto econômico adverso, marcado pelo aumento da taxa Selic, alta do dólar, incertezas globais e retração fiscal, levou as organizações a adotarem uma postura mais conservadora, com cortes preventivos principalmente em ações externas e eventos institucionais. No entanto, o relatório ressalta que o pico de investimentos observado em 2022 e 2023 teve forte relação com a fase pós-pandemia, quando a comunicação foi essencial para reconstruir vínculos, gerir equipes híbridas e fortalecer a cultura organizacional. Assim, os números de 2024 indicam um retorno à normalidade, e não um declínio isolado.

Além da redução orçamentária, o estudo aponta para uma transformação estrutural na comunicação corporativa. A digitalização, o avanço das tecnologias de automação e análise de dados, e a integração da comunicação com áreas como Recursos Humanos, Sustentabilidade e Jurídico estão moldando um perfil mais estratégico e transversal para a função comunicacional. Essa integração faz com que parte das ações comunicacionais seja executada em outras frentes da empresa, o que nem sempre se traduz em aumento no orçamento da área.

Um destaque importante é o fortalecimento da comunicação interna, que representa hoje 24,3% do orçamento total e chega a quase 30% em empresas com 1.001 a 5.000 funcionários. Isso evidencia a centralidade dessa frente em tempos de mudanças organizacionais. “O fortalecimento de canais próprios, a integração com outras áreas e o foco crescente na comunicação interna demonstram que o papel estratégico da comunicação segue ativo — mesmo com a realocação de recursos”, reforça Müller.

Para 2025, o estudo prevê uma leve recuperação, com o orçamento estimado em R$ 32 bilhões, um crescimento nominal de 0,8%. Essa perspectiva sugere que, apesar dos desafios atuais, a comunicação corporativa continuará evoluindo, adaptando-se às novas demandas e ampliando seu valor estratégico nas organizações.

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Os principais dados do estudo estão disponíveis no site da Aberje.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da Aberje.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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