Menopausa precoce: quando o corpo muda antes do tempo e a mulher se perde de si mesma
Entenda os sinais, o impacto emocional e a importância do acolhimento no diagnóstico da menopausa precoce
Quando o corpo da mulher muda antes do esperado e ela não se reconhece mais, pode ser sinal de menopausa precoce. Essa condição, também chamada de insuficiência ovariana primária, ocorre quando os ovários deixam de funcionar normalmente antes dos 40 anos, interrompendo a produção dos hormônios femininos e cessando a menstruação. Segundo dados da National Library of Medicine, cerca de 5% das mulheres são afetadas por essa condição.
A médica ginecologista Fabiane Berta, especialista em menopausa e idealizadora do movimento MYPAUSA, destaca que o maior desafio não está apenas na perda hormonal, mas na falta de preparo e acolhimento para lidar com essa transformação repentina. “O que mais ouvimos no consultório é: ‘não sou mais eu’, e ela está certa. Algo mudou, e não é invenção da cabeça”, afirma. Muitas mulheres enfrentam sintomas físicos semelhantes aos da menopausa natural, como ondas de calor, dificuldade para dormir e secura vaginal, mas o impacto emocional é ainda mais profundo.
A psicanalista Ana Lisboa reforça que a menopausa precoce atravessa a biografia da mulher, causando um luto simbólico pelo que não foi vivido — filhos que não vieram, planos interrompidos e a sensação de envelhecer antes da hora. “O impacto psíquico é brutal, porque ela não vive apenas a queda hormonal, mas um luto simbólico por tudo o que não foi, o filho que não veio, o tempo que não foi vivido, a liberdade de escolha que lhe foi arrancada”, explica.
O diagnóstico da menopausa precoce exige escuta, empatia e exames hormonais. Em alguns casos, a causa é genética ou relacionada a tratamentos como quimioterapia e radioterapia, mas em muitos, a origem permanece desconhecida. Fabiane Berta ressalta a importância de parar de medicalizar o sofrimento feminino e começar a olhar com profundidade para o que a mulher está vivendo.
O tratamento mais comum é a reposição hormonal personalizada, mas ele só é eficaz quando precedido de acolhimento e informação. “Ela não está exagerando, não está louca e definitivamente, não está sozinha. Quando ela entende o que está acontecendo com seu corpo, começa a resgatar sua autonomia, sua identidade e a sua saúde. Essa é a verdadeira medicina que precisamos praticar”, conclui Fabiane.
Esse olhar cuidadoso e humanizado pode transformar a trajetória de milhares de mulheres que enfrentam a menopausa precoce, oferecendo suporte para que elas possam reconstruir sua autoestima e viver plenamente, mesmo diante dessa mudança inesperada.
Conteúdo produzido com dados da assessoria de imprensa.
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Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA