Médicos nas redes sociais: entre a influência digital e os desafios éticos na saúde

Com mais de 80% dos brasileiros buscando informações médicas online, o equilíbrio entre engajamento e ética é essencial

A presença crescente de médicos nas redes sociais tem transformado a maneira como a população brasileira acessa informações sobre saúde. Segundo dados do DataReportal 2024, mais de 80% dos brasileiros recorrem a plataformas como Instagram, YouTube e TikTok para buscar orientações médicas, o que revela um potencial educativo significativo, mas também expõe riscos relacionados à simplificação excessiva e à desinformação.

Nesse cenário, os médicos surgem como vozes de autoridade capazes de traduzir conteúdos técnicos, combater fake news e incentivar práticas baseadas em evidências. No entanto, a lógica das redes sociais, que privilegia o engajamento e a visibilidade instantânea, pode tensionar o compromisso ético da profissão. A adaptação do discurso médico ao algoritmo das plataformas pode levar à espetacularização da saúde, com publicações que prometem soluções rápidas ou transformam casos clínicos em entretenimento, fragilizando a confiança do público.

Além disso, a informação compartilhada nas redes muitas vezes se distancia da realidade da maioria da população, que enfrenta dificuldades para acessar cuidados básicos. Por isso, o desafio não é negar a presença dos médicos nesse ambiente, mas sim garantir que o conteúdo produzido respeite o rigor técnico, a empatia e os limites éticos da medicina. As diretrizes do Conselho Federal de Medicina (CFM) são atualizadas frequentemente, mas ainda são ignoradas por parte dos profissionais, o que pode gerar confusão e prejudicar a imagem da classe.

O dilema central é: é possível educar e engajar ao mesmo tempo? Para isso, os médicos precisam reconhecer que sua audiência é composta por pessoas que buscam orientação confiável, especialmente em um contexto marcado pela proliferação de fake news e crises sanitárias. A comunicação eficaz exige mais do que boa oratória ou edição caprichada; requer responsabilidade com a saúde coletiva.

Repensar a atuação médica nas redes é urgente. O conteúdo deve estar alinhado à função social da medicina: cuidar, orientar e acolher. Isso implica usar uma linguagem acessível sem perder a precisão, respeitar a privacidade dos pacientes e entender que a credibilidade se constrói com coerência, ética e compromisso, não apenas com curtidas. Quando a influência digital serve à sociedade, ela se torna uma poderosa aliada para a promoção da saúde pública.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados e reflexões da assessoria de imprensa da Federação Brasileira de Gastroenterologia e do diretor de comunicação da Conectando Pessoas, Gerson Ricardo Domingues.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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