Censo 2022 revela subnotificação e desafios para inclusão de pessoas com deficiência no Brasil
Análise dos dados do Censo 2022 destaca invisibilidade, desigualdades e a urgência de políticas públicas eficazes
Os dados do Censo 2022 divulgados recentemente pelo IBGE trazem à tona importantes reflexões sobre a realidade das pessoas com deficiência no Brasil. Carolina Ignarra, CEO da Talento Incluir, consultoria pioneira dedicada à inclusão por meio da empregabilidade, analisa os principais números e seus impactos, evidenciando que ainda há muito a avançar para garantir dignidade e direitos a essa população.
Segundo o Censo, o Brasil tem 14,4 milhões de pessoas com deficiência, o que representa 7,3% da população. No entanto, esse percentual está muito abaixo da média mundial, estimada pela Organização Mundial da Saúde em 15%. “É coerente que o Brasil tenha metade da estimativa mundial?”, questiona Carolina. Ela destaca que, apesar do IBGE alertar sobre a dificuldade de comparar metodologias entre censos, a discrepância é preocupante, especialmente considerando que o Censo de 2010 indicava 45 milhões de pessoas com deficiência, cerca de 25% da população na época.
Essa subnotificação tem consequências diretas na formulação de políticas públicas. “Sem dimensionar corretamente essa população, é impossível desenhar políticas eficazes para combater desigualdades e exclusão”, afirma Carolina Ignarra. A invisibilidade reforça a negligência dos direitos dessas pessoas, como exemplificado pela Lei de Cotas, que, apesar de garantir a inclusão no mercado de trabalho, enfrenta ataques e tentativas de extinção.
Outro dado alarmante é a escolaridade: 21,3% das pessoas com deficiência com 15 anos ou mais são analfabetas, taxa quatro vezes maior que a da população sem deficiência. Além disso, 63,1% não completaram o ensino fundamental, e apenas 7,4% concluíram o ensino superior. Esses números reforçam estereótipos negativos e dificultam a inserção no mercado de trabalho, onde a falta de qualificação é frequentemente usada como justificativa para exclusão. Contudo, uma pesquisa da Talento Incluir revela que quase metade dos profissionais com deficiência em busca de emprego possui ensino superior completo, e muitos têm pós-graduação ou títulos avançados.
A análise também destaca a predominância feminina entre pessoas com deficiência no Brasil: são 8,3 milhões de mulheres contra 6,1 milhões de homens. Apesar disso, a realidade da mulher com deficiência é marcada por vulnerabilidades, como violência obstétrica, falta de direitos de maternidade e ausência de redes de apoio estruturadas, tanto na sociedade quanto no ambiente corporativo.
O Censo 2022 também trouxe a novidade da inclusão do Transtorno do Espectro Autista (TEA) na contagem, ampliando o debate sobre diversidade e acessibilidade. Carolina Ignarra ressalta que o foco no TEA deve servir para ampliar a atenção a todas as deficiências, pois “quando há acessibilidade, há possibilidades e respeito para todos”.
Por fim, Carolina reforça que “enquanto não houver entendimento sobre o que é deficiência, continuaremos sendo dados inexpressivos de um país”, o que reforça a missão da Talento Incluir de promover o letramento da inclusão e colaborar para o aperfeiçoamento da humanidade em todos os níveis.
Este panorama, baseado em dados da assessoria de imprensa da Talento Incluir, revela a urgência de ampliar o conhecimento, combater estigmas e garantir políticas públicas que realmente atendam às necessidades das pessoas com deficiência no Brasil. Compartilhe este conteúdo para ajudar a fortalecer a voz dessa população e promover uma sociedade mais justa e inclusiva.

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA