Democracia e Comunicação na Era dos Algoritmos: A Ilusão do Visível e o Desafio do Diálogo

Como a política contemporânea se transforma em um campo de paixões inflamadas e bolhas digitais, e o que isso significa para a democracia.

A democracia, em sua essência, é um sistema dinâmico onde partidos perdem eleições, revelando sua natureza aberta e conflituosa. No entanto, o cenário político atual, profundamente influenciado pelos algoritmos das redes digitais, tem transformado esse conflito saudável em uma batalha de emoções intensas e polarizadas.

Segundo o publicitário e estrategista de comunicação política Guto Araújo, a comunicação contemporânea não promove mais a união por meio de ideias comuns. Em vez disso, o novo ecossistema comunicacional estimula o engajamento por meio do medo, ressentimento e repulsa. As disputas políticas deixaram de ser debates de propostas para se tornarem confrontos identitários, onde cada grupo se isola em sua bolha digital, reforçando suas próprias certezas e demonizando o adversário.

Essa dinâmica faz com que a informação deixe de ser um instrumento de esclarecimento e passe a funcionar como um espelho que reflete apenas o que se quer ver e sentir. O resultado é uma transformação afetiva da política, em que a identificação com o grupo de pertencimento se intensifica e o adversário político é percebido como uma ameaça existencial. Quando a polarização alcança esse nível, o diálogo desaparece, dando lugar à destruição simbólica e ao estreitamento do espaço democrático.

Além disso, o ambiente digital exige algo que a política tradicional nem sempre ofereceu: autenticidade. “Já não basta parecer jovem, moderno ou antenado. Na internet, imposturas são rapidamente desmascaradas e ridicularizadas”, destaca Araújo. Os eleitores buscam coerência entre discurso e prática, o que torna a comunicação política um processo contínuo, aberto ao diálogo e atento além das tendências passageiras.

Diante desse cenário, é fundamental relativizar importâncias e desimportâncias, discursos e silêncios, ganhos e perdas. A comunicação eficaz não é aquela que mais grita ou viraliza, mas a que mais compreende, enxergando além da superfície visível da disputa.

A metáfora do iceberg é usada para ilustrar essa realidade: apenas 10% do que importa está acima da linha d’água — os analistas, jornalistas e influenciadores que dominam o debate público. Os 90% restantes, invisíveis e silenciosos, são os eleitores comuns, que decidem o destino das candidaturas.

No fim, a vitória ou derrota em uma eleição não se define no ruído das redes sociais ou na performance dos debates, mas no olhar atento e respeitoso para aqueles que não gritam, mas votam. Esquecer esse fato é naufragar na própria democracia.

Este conteúdo foi elaborado com dados da assessoria de imprensa, trazendo uma reflexão essencial para entender os desafios da comunicação política na era digital e seu impacto na democracia.

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EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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