Psiquiatrização da saúde mental no Brasil: desafios e caminhos para o futuro

Entenda como a medicalização do sofrimento psíquico impacta o tratamento e o acesso à saúde mental no país

Nos últimos anos, a saúde mental tem ganhado destaque no Brasil, promovendo o rompimento de estigmas e incentivando o diálogo sobre o bem-estar emocional. No entanto, um fenômeno preocupante vem se destacando: a psiquiatrização da saúde, que molda a forma como o sofrimento psíquico é compreendido e tratado.

Segundo dados da Sandbox, entre 2022 e 2024 houve um aumento de 18,6% no consumo de antidepressivos e ansiolíticos, refletindo uma busca por soluções rápidas para ansiedades e tristezas naturais da vida. Essa tendência é influenciada pela lógica da instantaneidade das redes sociais e pela hiperestimulação digital, que reduzem a tolerância à frustração. Além disso, o ritmo acelerado e competitivo da sociedade moderna pode levar à medicalização de respostas emocionais naturais, agravando o problema.

O acesso à saúde mental no Brasil ainda enfrenta grandes desafios. O Relatório Saúde Mental em Dados nº 13, do Ministério da Saúde (2025), aponta que existem 3.019 unidades do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), mas a distribuição é desigual: regiões como Norte, Centro-Oeste e Sudeste possuem menos de 1 unidade do CAPS para cada 100 mil habitantes. Essa cobertura limitada prejudica principalmente as populações com menor poder aquisitivo, que têm dificuldade em custear tratamentos particulares.

Além disso, a demanda por atendimento supera a oferta de profissionais, gerando longas filas de espera. Mesmo com avanços como a teleconsulta e a luta antimanicomial, a psiquiatrização ainda representa um desafio. Marcos Torati, psicólogo e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP, alerta que consultas psiquiátricas muito rápidas e focadas apenas em medicação podem oferecer um serviço deficitário, patologizando o paciente e impedindo uma abordagem mais integral.

A psiquiatrização também é impulsionada pela lógica psiquiátrica norte-americana, que estimula autodiagnósticos e identitarismos psicopatológicos, onde o sintoma se torna identidade. Muitos pacientes chegam aos consultórios com diagnósticos preestabelecidos, o que pode fixá-los no sintoma e dificultar o aprofundamento em questões psicológicas mais amplas. O fenômeno do “gozo secundário” ocorre quando o diagnóstico é usado inconscientemente como justificativa para o sofrimento e a falta de iniciativa no tratamento.

Para repensar essa realidade, é fundamental buscar um equilíbrio entre intervenções farmacológicas e psicoterapêuticas. A psicoterapia é necessária para todos os pacientes psiquiátricos, mas nem todo sofrimento psicológico exige medicação. Os psicofármacos devem ser usados para aliviar sintomas e estabilizar o paciente, facilitando o trabalho psicoterapêutico. Psicólogos e psiquiatras precisam atuar de forma integrada, considerando a medicação como um recurso importante em casos mais graves, mas sempre valorizando a abordagem integral da saúde mental.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa e reflexões do psicólogo Marcos Torati, contribuindo para o debate sobre o futuro da saúde mental no Brasil.

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EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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