Saúde mental no Brasil: desafios, estigma e caminhos para um cuidado acessível e eficaz

Entenda os principais obstáculos enfrentados pela saúde mental no Brasil e como superar o preconceito e a falta de acesso a tratamentos qualificados

A saúde mental no Brasil enfrenta uma série de desafios complexos que vão além do simples acesso a tratamentos. Apesar dos avanços da reforma psiquiátrica, a estigmatização dos serviços psicológicos ainda impede que muitos brasileiros busquem ajuda. Segundo Marcos Torati, psicólogo e mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP, “a resistência cultural em reconhecer a saúde mental como parte essencial do bem-estar dificulta o tratamento profissional e perpetua a ideia equivocada de que buscar ajuda é sinal de fraqueza”.

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que, em 2019, o Brasil tinha a maior prevalência de ansiedade no mundo, com cerca de 18,6 milhões de pessoas afetadas, o que corresponde a 9,3% da população. Além disso, a depressão e o estresse são condições igualmente preocupantes, com o estresse atingindo até 90% da população mundial, podendo desencadear outras doenças.

Outro fator que agrava a saúde mental no país é a violência urbana. A exposição constante a situações de risco, como assaltos e agressões, pode desencadear transtornos como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) e ataques de pânico. O Relatório Anual Socioeconômico da Mulher de 2025 aponta que, em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos de mulheres, enquanto o Atlas da Violência do Ipea indica que 39,4 mil homens foram vítimas de homicídio em 2023. Essa violência impacta diretamente a sensação de segurança e o equilíbrio emocional da população.

Além disso, o sistema econômico e social contribui para o adoecimento mental. O aumento dos afastamentos por ansiedade e depressão no trabalho, que em 2024 chegou a 472.328 casos — um crescimento de 68% em relação a 2023 — evidencia a pressão e o medo do fracasso profissional. “A falta de suporte governamental robusto intensifica a ansiedade e a sensação de desamparo em um sistema que deveria proteger o trabalhador”, explica Torati.

No que diz respeito ao atendimento, o acesso a tratamentos psicológicos e psiquiátricos ainda é limitado e desigual. O Ministério da Saúde aponta que existem 3.019 unidades do CAPS no país, mas a cobertura varia muito entre as regiões, com o Norte e Centro-Oeste apresentando menos de uma unidade por 100 mil habitantes. A escassez de profissionais qualificados e a proliferação de formações rápidas na área da saúde mental agravam o problema, além da crescente medicalização excessiva, que muitas vezes reduz o paciente a um diagnóstico e prescrição medicamentosa, sem o suporte psicoterapêutico necessário.

Superar o preconceito em relação à terapia e ampliar o acesso a serviços de qualidade são passos fundamentais para transformar a saúde mental em uma prioridade real no Brasil. Políticas públicas bem estruturadas podem promover acolhimento psicossocial, minimizando o medo da vulnerabilidade e fortalecendo a resiliência emocional da população. Como ressalta Torati, “talvez fôssemos mais saudáveis se tivéssemos permanecido menos perfeitos”, destacando a importância de aceitar as fragilidades humanas como parte do processo de cura.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados da assessoria de imprensa e estudos oficiais, reforçando a necessidade urgente de um olhar mais atento e humanizado para a saúde mental no Brasil. Compartilhe este artigo para ampliar a discussão e ajudar a combater o estigma que ainda cerca esse tema tão importante.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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