Pesquisa revela que uma bicicleta pode substituir até 52 passageiros do transporte público por mês

Estudo em Curitiba destaca impacto das bicicletas na redução da demanda por ônibus e na diminuição das emissões de gases poluentes

Dados recentes da assessoria de imprensa da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) revelam que o uso de bicicletas em Curitiba tem um impacto significativo na redução da demanda pelo transporte público. Segundo pesquisa publicada na revista científica *Journal of Infrastructure, Policy and Development*, cada nova bicicleta na cidade é capaz de retirar até 52 passageiros do sistema de ônibus por mês.

O estudo, conduzido pelo Grupo de Pesquisas em Cidade Digital Estratégica do CNPq, analisou dados oficiais do transporte coletivo e de modais alternativos entre 2010 e 2019. Os pesquisadores observaram que o número de bicicletas cresce especialmente em resposta a reajustes nas tarifas de ônibus e aumentos no preço dos combustíveis. Para cada aumento de R$ 0,10 na tarifa, a cidade registra um acréscimo de 1.068 bicicletas, enquanto um aumento similar no combustível eleva o número de bicicletas em 1.520 unidades. Além disso, a expansão da malha cicloviária também estimula o uso: a cada quilômetro adicional de ciclovia, há um aumento de 333 bicicletas em circulação.

Luis André Fumagalli, pós-doutor em Gestão Urbana pela PUCPR, destaca que “a sustentabilidade é uma prioridade máxima para as administrações municipais, especialmente nos grandes centros urbanos, onde parcela significativa dos habitantes depende do transporte público”. Ele ressalta que, apesar dos desafios enfrentados pelos sistemas municipais — como desempenho, segurança e custo da tarifa — as bicicletas, apoiadas por incentivos públicos, vêm ganhando espaço e competindo diretamente com o transporte coletivo.

Outro ponto relevante da pesquisa é que os usuários que migram do ônibus para a bicicleta raramente retornam ao transporte público, exceto em condições climáticas severas, como temperaturas extremas ou chuvas intensas. Isso indica uma mudança comportamental consolidada, que pode influenciar o planejamento urbano e as políticas públicas.

Além das bicicletas, o estudo também analisou o impacto de automóveis e motocicletas na demanda pelo transporte coletivo. Cada novo carro reduz em média 25 passageiros mensais, enquanto cada motocicleta corresponde a uma perda de 201 usuários do transporte público.

Os resultados apontam para a necessidade de um equilíbrio no planejamento urbano, considerando que a redução da demanda por transporte coletivo pode afetar a receita e a qualidade do serviço, especialmente para quem depende exclusivamente desse meio. Ao mesmo tempo, o incentivo ao uso da bicicleta contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa, setor que, segundo o relatório *Net Zero Readiness Report 2023* da KPMG, é responsável por 16% das emissões no Brasil, com crescimento de 53% entre 2005 e 2022.

Este estudo oferece insights valiosos para gestores públicos e urbanistas, evidenciando que o investimento em infraestrutura cicloviária e políticas de incentivo ao uso da bicicleta são estratégias eficazes para promover a mobilidade sustentável e combater as mudanças climáticas.

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EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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