Maternidade e mercado de trabalho: por que tantas mulheres viram empreendedoras por necessidade

A falta de apoio às mães no emprego formal impulsiona o empreendedorismo como única alternativa viável

Maio é o mês das mães, momento de homenagens, mas também de reflexão sobre os desafios que a maternidade impõe à carreira das mulheres. Dados do Sebrae indicam que 34% dos negócios no Brasil são liderados por mulheres, porém, muitas dessas empreendedoras não escolheram esse caminho por vocação, e sim por falta de alternativas após a chegada dos filhos. Essa realidade foi destacada pela advogada e pesquisadora Paola de Castro Esotico, da FGV/SP, em material fornecido por assessoria de imprensa.

Segundo Paola, o empreendedorismo materno é frequentemente romantizado como uma história de superação, mas essa visão oculta problemas estruturais graves. “O que é frequentemente celebrado como superação muitas vezes esconde a precarização de relações trabalhistas, a ausência de políticas públicas de apoio à parentalidade e a sobrecarga invisível enfrentada por mães que precisam conciliar cuidado, renda e reinvenção profissional”, alerta a especialista. Barreiras como licenças-maternidade insuficientes, jornadas inflexíveis e preconceitos sobre a produtividade das mães dificultam sua permanência no mercado formal.

Historicamente, a exclusão econômica das mulheres é antiga. Até 1962, por exemplo, mulheres casadas precisavam da autorização do marido para abrir um negócio. Hoje, embora as leis tenham avançado, a falta de políticas efetivas de acolhimento à maternidade mantém as mulheres afastadas do mercado de trabalho tradicional. Muitas são forçadas a empreender por necessidade, buscando flexibilidade para conciliar as responsabilidades familiares e profissionais.

Paola destaca que valorizar essas mulheres vai além de celebrar sua resiliência. “É necessário criar políticas públicas de apoio à parentalidade, como licenças mais longas e igualitárias, ampliação do acesso à educação infantil de qualidade e mecanismos de proteção contra a discriminação no ambiente corporativo.” Além disso, é fundamental incentivar modelos de negócio e financiamento que reconheçam o empreendedorismo materno como uma potência real, e não um improviso.

Neste mês das mães, o convite é para olhar além das homenagens e pensar em ações concretas que garantam que o empreendedorismo seja uma escolha e não uma imposição. Investir em políticas públicas, proteção no trabalho e acesso à educação infantil é investir em justiça social e no desenvolvimento econômico. Afinal, quando uma mãe lidera, ela não move apenas um negócio, mas transforma a sociedade.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

👁️ 98 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar