Estudo do InCor revela aumento da dependência de nicotina entre jovens usuários de cigarros eletrônicos

Pesquisa inédita aponta altos níveis de nicotina em jovens, mesmo entre usuários que se consideram casuais

Um estudo recente do Instituto do Coração (InCor) da USP trouxe à tona dados preocupantes sobre o uso de cigarros eletrônicos entre jovens no Brasil. Apesar da proibição da venda desses dispositivos desde 2009, o consumo cresce, especialmente entre adolescentes e jovens adultos, conforme revelou a pesquisa realizada entre abril e setembro de 2024 em seis cidades paulistas.

A análise envolveu 417 usuários exclusivos de cigarros eletrônicos, com coleta de amostras em locais públicos como academias, universidades e espaços de lazer. Os resultados mostraram uma forte correlação entre a percepção de dependência e os níveis de nicotina encontrados na saliva dos participantes. Surpreendentemente, mesmo aqueles que se consideravam usuários casuais apresentaram concentrações elevadas da substância.

Entre os dados mais alarmantes, 49 participantes apresentaram níveis de cotinina salivar acima de 400 ng/mL, equivalentes ao consumo diário de 20 cigarros convencionais. Outros 15 tiveram níveis superiores a 1.000 ng/mL, comparáveis a fumantes que consomem mais de 40 cigarros por dia. “Esses níveis representam até seis vezes mais nicotina do que há em um maço de cigarro”, explica a Dra. Jaqueline Scholz, diretora do Programa de Tratamento do Tabagismo do InCor e responsável pelo estudo.

O perfil predominante dos usuários é de jovens adultos, com 51,4% até 25 anos, maioria branca, com alta escolaridade e renda, e 52,4% do sexo masculino. A pesquisa também apontou que mais da metade dos participantes que acreditavam estar usando produtos sem nicotina, na verdade, apresentavam a substância no organismo. Isso evidencia a desinformação sobre os riscos e a composição dos cigarros eletrônicos.

Outro ponto importante é que ex-fumantes utilizam os dispositivos na tentativa de parar de fumar, enquanto iniciantes, em sua maioria, começam o uso por influência social. O gasto mensal varia entre R$ 100 para iniciantes e até R$ 500 para ex-fumantes, que geralmente preferem produtos importados com nicotina em base livre.

O estudo reforça que o tempo desde o último uso, frequência de recarga e conhecimento sobre o teor de nicotina são fatores que influenciam diretamente os níveis da substância no organismo. A análise toxicológica confirmou nicotina em 55,2% das amostras de usuários que acreditavam consumir versões sem a substância.

Especialistas do InCor alertam para o impacto na saúde pública, destacando que o cigarro eletrônico representa um novo desafio, elevando a dependência entre jovens e podendo causar doenças respiratórias e cardiovasculares a longo prazo. “O cigarro eletrônico é um novo desafio para a saúde pública, elevando a dependência entre jovens e podendo causar doenças respiratórias e cardiovasculares a longo prazo”, enfatiza o Prof. Dr. Roberto Kalil Filho.

A pesquisa evidencia a importância de manter a proibição da venda desses produtos no Brasil, facilitando a fiscalização e evitando a normalização de um hábito que traz prejuízos significativos à saúde. A conscientização e políticas públicas eficazes são essenciais para combater o avanço do uso de cigarros eletrônicos entre os jovens.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados fornecidos pela assessoria de imprensa do Instituto do Coração (InCor). Compartilhe este post para ajudar a ampliar o debate sobre os riscos dos cigarros eletrônicos e a importância da prevenção.

EstagiárIA

Texto gerado a partir de informações da assessoria com ajuda da estagiárIA

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