Setor Editorial Brasileiro Cresce 3,7% em Vendas ao Mercado em 2024, Impulsionado por Livros Digitais e Diversificação de Gêneros

Pesquisa da CBL e SNEL revela avanços em Obras Gerais, Religiosos e Conteúdo Digital, apesar da inflação e queda em Didáticos

O setor editorial brasileiro registrou um crescimento nominal de 3,7% nas vendas ao mercado em 2024, atingindo um faturamento de R$ 4,2 bilhões. Os dados são da Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, coordenada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL) e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), com apuração da Nielsen BookData.

Apesar do crescimento nominal, ao descontar a inflação medida pelo IPCA (4,83%), o setor apresentou uma leve retração real de 1,1% nas vendas ao mercado. Entre os quatro subsetores avaliados, Obras Gerais, Religiosos e Científicos, Técnicos e Profissionais (CTP) destacaram-se com crescimentos nominais de 9,2%, 8,7% e 3,3%, respectivamente. Por outro lado, a categoria Didáticos sofreu uma queda nominal de 5,1%, reflexo da expansão de novos modelos de acesso ao conteúdo educacional, muitas vezes integrados diretamente aos sistemas de ensino e que nem sempre são captados pela pesquisa tradicional.

Dante Cid, presidente do SNEL, comenta que “embora tenhamos observado uma variação positiva abaixo da inflação nos livros físicos, o crescimento surpreendente de mais de 20% nos livros digitais mantém o setor ligeiramente no positivo, o que traz um certo alívio”. De fato, o segmento digital teve alta nominal de 21,6%, e mesmo após ajuste pela inflação, cresceu 16%, impulsionado principalmente pelas Bibliotecas Virtuais, que aumentaram 47,6% e representam 44% do faturamento digital.

A pesquisa traz ainda uma inovação importante ao apresentar, pela primeira vez, os resultados de venda por gênero literário, alinhando o Brasil a mercados editoriais mais maduros. Segundo Sevani Matos, presidente da CBL, “a categoria de Não Ficção Adulto lidera em faturamento, com 28,5% das vendas ao mercado, enquanto os livros Religiosos dominam em número de exemplares vendidos, com 29,5% do total”. Essa diversificação revela o interesse dos leitores brasileiros por conteúdos que vão além do entretenimento, abrangendo conhecimento e espiritualidade, o que abre novas oportunidades para editoras explorarem nichos específicos.

No que diz respeito aos canais de distribuição, houve crescimento da participação das livrarias no faturamento das editoras de Obras Gerais, passando de 27,1% para 29,3%. Já o canal “Site da Própria Editora/Marketplace” consolidou sua importância para os segmentos Didáticos e CTP, além de ampliar sua relevância para Religiosos.

Em 2024, foram produzidos 44 mil títulos, dos quais 23% foram lançamentos, e comercializados 366 milhões de exemplares, um aumento em relação a 2023, que registrou 45 mil títulos e 320 milhões de exemplares vendidos. O preço médio dos livros teve variação nominal de 2,9%, inferior à inflação do período.

Esses dados oficiais, divulgados pela assessoria de imprensa da CBL e SNEL, indicam que o setor editorial brasileiro está em processo de transformação, com desafios e oportunidades, especialmente no crescimento do digital e na diversificação dos gêneros literários, refletindo a riqueza cultural e as novas demandas do público leitor.

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