Pesquisa Datafolha revela que 2 em cada 3 brasileiros apoiam venda de medicamentos sem receita em supermercados

Medida em debate no Senado pode ampliar o acesso a medicamentos, reduzir custos e garantir segurança com farmacêuticos responsáveis

Um levantamento recente do Instituto Datafolha, solicitado pela Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), aponta que 66% dos brasileiros desejam a retomada da venda de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) em supermercados. A pesquisa, realizada entre os dias 8 e 11 de abril de 2025, ouviu uma amostra representativa da população brasileira e revelou que 73% dos entrevistados acreditam que essa medida traria mais praticidade ao dia a dia, enquanto 74% afirmam que não seria mais necessário manter estoques domésticos desses medicamentos.

Além disso, 90% dos brasileiros declararam utilizar ou ter alguém na família que utiliza MIPs, reforçando a importância desses medicamentos no cotidiano. Outro dado relevante é que 88% da população considera que os donos de farmácias estão mais preocupados com a perda de lucros do que com o bem-estar dos consumidores, o que evidencia um sentimento de insatisfação com a atual restrição.

O debate sobre a liberação da venda desses medicamentos em supermercados ganhou novo impulso no Senado Federal, com a realização de audiências públicas na Comissão de Assuntos Sociais (CAS). O Projeto de Lei 2158/2023, de autoria do senador Efraim Filho (UNIÃO-PB), propõe a regulamentação da comercialização dos MIPs em supermercados, desde que haja a presença de um farmacêutico responsável técnico para orientar os consumidores, seja presencialmente ou de forma virtual.

Os medicamentos isentos de prescrição são indicados para o tratamento de males comuns, como dores de cabeça, azia, febre e gripes, e são considerados seguros pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sem risco de intoxicação ou dependência. A venda desses produtos em supermercados já foi permitida no Brasil entre 1994 e 1995, período em que os preços chegaram a cair até 35%, sem aumento nos casos de intoxicação, conforme dados do Hospital das Clínicas de São Paulo.

As entidades ABRAS, ABAD e ABAAS defendem que a presença física de farmacêuticos nos supermercados seja obrigatória, garantindo a segurança e o cumprimento das normas sanitárias vigentes. Os profissionais devem estar devidamente registrados no Conselho Regional de Farmácia, assegurando a orientação adequada ao consumidor.

A proposta mantém a proibição da venda de medicamentos não aprovados pela Anvisa e reforça que os supermercados já cumprem rigorosos critérios sanitários, sendo submetidos à vigilância constante. Com mais de 420 mil lojas no setor supermercadista espalhadas pelo país, a medida pode ampliar significativamente o acesso aos MIPs, especialmente em municípios com pouca ou nenhuma farmácia, beneficiando a população e gerando economia para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Estudos indicam que o uso responsável dos medicamentos isentos de prescrição pode reduzir em até 68% os gastos públicos com doenças comuns, e que cada real investido nesses medicamentos pode gerar uma economia de até sete reais para o SUS. A prática de vender MIPs em supermercados é comum em países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália, Japão e Portugal, onde a combinação entre controle rigoroso e facilidade de acesso é adotada com sucesso.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados oficiais da assessoria de imprensa da ABRAS e informações do Instituto Datafolha, refletindo um tema atual e relevante para a saúde pública e o cotidiano dos brasileiros.

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