Arboviroses e viroses em alta no Brasil: o desafio invisível que sobrecarrega hospitais
Infectologista explica o aumento dos casos, a importância do diagnóstico correto e os cuidados essenciais para evitar complicações
O Brasil enfrenta um aumento significativo nos casos de arboviroses e viroses, que têm se tornado um desafio crescente para o sistema de saúde pública. Segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, somente em 2025, foram notificados mais de 1 milhão de casos prováveis de dengue, a arbovirose mais comum no país, com mais de 680 mortes confirmadas. Paralelamente, viroses respiratórias como Influenza A e COVID-19 continuam a impactar a população, especialmente os grupos de risco.
De acordo com a infectologista Dra. Jéssica Ramos, integrante do Núcleo de Infectologia do Hospital Sírio-Libanês, a principal dificuldade no combate a essas doenças está no diagnóstico clínico, devido à semelhança dos sintomas. “As arboviroses são transmitidas por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti, enquanto as viroses respiratórias se espalham diretamente entre pessoas ou por contato com superfícies contaminadas”, explica a especialista. Sintomas como febre, dor no corpo, mal-estar, náuseas e cefaleia são comuns a ambas, o que exige atenção redobrada dos profissionais de saúde.
O boletim Infogripe da Fiocruz revela que, nas últimas semanas, 30,1% dos casos positivos de síndrome respiratória aguda grave foram causados pela Influenza A, que já superou a COVID-19 como principal causa de morte entre idosos. A circulação simultânea de diferentes vírus, como dengue, zika, chikungunya, Influenza e COVID-19, dificulta ainda mais o diagnóstico e pode atrasar o início do tratamento adequado, impactando diretamente na recuperação dos pacientes e no controle da transmissão.
A Dra. Jéssica alerta também para os riscos da automedicação, muito comum no país. “O uso indiscriminado de antitérmicos e anti-inflamatórios pode mascarar sintomas importantes ou agravar quadros graves, como a dengue hemorrágica”, destaca. Por isso, ao menor sinal de febre alta, dor muscular intensa ou dificuldade respiratória, é fundamental buscar atendimento médico, principalmente para crianças, idosos e gestantes.
O diagnóstico correto depende da avaliação clínica, epidemiológica e laboratorial. Testes sorológicos e de biologia molecular são essenciais para identificar o agente viral. No caso da dengue, o teste NS1 deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de sintomas. Para Influenza e COVID-19, exames de antígeno ou RT-PCR são indicados até o 8º dia após o início dos sinais respiratórios.
A infectologista reforça que a investigação precoce aumenta as chances de evitar complicações, reduzir a transmissão comunitária e garantir o tratamento específico, além de evitar o uso desnecessário de antibióticos. “O diagnóstico correto contribui para a condução adequada das medidas de suporte e para o fortalecimento dos sistemas de vigilância epidemiológica”, conclui.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações fornecidas pela assessoria de imprensa da infectologista Dra. Jéssica Ramos, especialista reconhecida com formação pela UNICAMP, USP e Harvard Medical School, e membro de importantes comitês de doenças infecciosas no Brasil.
Fique atenta aos sinais do seu corpo e cuide da sua saúde com responsabilidade.