Inclusão de fachada: quando o marketing esconde o capacitismo nas empresas

Especialista alerta para o “diversity washing” e a necessidade de mudanças reais para a inclusão de pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho

Apesar do aumento dos discursos sobre diversidade e inclusão nas empresas, a realidade para milhões de brasileiros, especialmente pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), ainda é de exclusão. Estima-se que cerca de 85% das pessoas autistas estejam fora do mercado de trabalho, um dado alarmante que revela a distância entre o discurso e a prática nas corporações.

De acordo com o professor Nilson Sampaio, especialista em inclusão de pessoas com TEA e TDAH, o problema está no chamado “diversity washing” — uma estratégia de marketing em que empresas utilizam a pauta da diversidade apenas como fachada, sem promover mudanças efetivas no ambiente corporativo. “Não adianta pintar o logotipo de azul, que simboliza a conscientização sobre o autismo, se dentro da empresa não há formação, acessibilidade ou escuta ativa para quem é diferente do padrão normativo”, alerta o especialista.

Sampaio destaca que a inclusão verdadeira começa quando as diferenças são reconhecidas como parte integrante do time, e não como exceções. Ele reforça que a neurodivergência não deve ser tratada como uma tendência ou modismo, mas sim compreendida e respeitada em sua profundidade. “O capacitismo ainda é estrutural nos ambientes de trabalho, e não será uma ação isolada no mês da inclusão que vai resolver isso”, afirma.

O especialista também ressalta a importância da formação de equipes e lideranças preparadas para acolher a neurodivergência com responsabilidade. “Não se trata de caridade ou ação de responsabilidade social, mas de reconhecer o valor das múltiplas formas de pensar, criar e trabalhar”, explica. Para isso, é fundamental implementar mudanças nos processos de recrutamento, garantir acessibilidade em todas as etapas e promover uma escuta ativa dos colaboradores.

A invisibilidade das pessoas neurodivergentes no mercado de trabalho é uma exclusão cruel, que reforça estigmas e limita oportunidades. Nilson Sampaio acredita que a diversidade, quando praticada com responsabilidade, transforma ambientes, enriquece processos e fortalece a coletividade. Por outro lado, quando é apenas imagem, acaba frustrando quem luta por direitos e perpetuando o capacitismo.

Este conteúdo foi elaborado com base em informações fornecidas pela assessoria de imprensa da P+G Trendmakers e no posicionamento do professor Nilson Sampaio, referência em inclusão de pessoas com TEA e TDAH. Para acompanhar mais sobre o trabalho do especialista, acesse o perfil oficial no Instagram: @oprofessorsampaio.

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