Carne de Onça de Curitiba Recebe Reconhecimento Oficial com Indicação Geográfica
Ícone da culinária curitibana, a carne de onça agora tem sua origem e tradição protegidas pelo INPI, reforçando a cultura local e valorizando os bares da capital paranaense.
A carne de onça, prato tradicional da culinária de boteco de Curitiba, conquistou recentemente o registro de Indicação Geográfica (IG) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), na modalidade Indicação de Procedência (IP). O anúncio oficial foi feito em 20 de maio de 2025, marcando a segunda IG da capital paranaense, depois da broa de centeio, que também pode compor o prato.
Este reconhecimento valoriza a fama e a importância cultural da carne de onça, que é servida tradicionalmente sobre uma fatia de broa de centeio, acompanhada de carne moída bovina fresca, cebola branca, cebolinha verde, azeite extravirgem, sal e pimenta. O pedido para o registro foi protocolado em novembro de 2023, resultado de um trabalho conjunto entre a Associação Amigos da Onça (AAONÇA) e o Sebrae/PR, que desde janeiro de 2023 vem apoiando os empresários locais no processo, incluindo aspectos como associativismo, liderança e organização documental.
Segundo Márcia Giubertoni, consultora do Sebrae/PR, o reconhecimento foi conquistado em tempo recorde devido à notoriedade do prato e ao esforço coletivo dos envolvidos. Ela destaca que a broa de centeio, já registrada em janeiro de 2025, pode ser considerada um dos ingredientes principais da carne de onça, o que reforça ainda mais a identidade gastronômica curitibana.
Atualmente, mais de 200 estabelecimentos em Curitiba oferecem a carne de onça em seus cardápios, conforme dados da AAONÇA. O presidente da associação, Sérgio Luiz Medeiros, ressalta que o prato é Patrimônio Cultural da cidade desde 2016 e que a Indicação Geográfica fortalece sua proteção, além de impulsionar o setor gastronômico local, gerando empregos e renda.
A história da carne de onça remonta à década de 1940, quando Ronaldo Abrão, o “Ligeirinho”, jogador do time Britânia, e o dono do bar “Buraco do Tatu”, Cristiano Schmidt, criaram a receita que combina carne crua sobre broa de centeio. O nome peculiar surgiu após um goleiro do time comentar que a carne era tão crua que nem uma onça a comeria. Desde então, o prato se espalhou por diversos bares e se tornou símbolo da culinária curitibana.
O INPI detalha três formas tradicionais de preparo e serviço da carne de onça, todas envolvendo a combinação da carne com broa de centeio, cebola, cebolinha, azeite, sal e pimenta, respeitando a autenticidade do prato.
O Paraná é o segundo estado brasileiro com maior número de Indicações Geográficas, totalizando 18 produtos reconhecidos, entre eles o urucum de Paranacity, o mel de Ortigueira e o barreado do litoral. A carne de onça de Curitiba é a 18ª IG do estado, reforçando a diversidade e riqueza cultural e gastronômica da região.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa do Sebrae/PR, destacando a importância da carne de onça para a identidade cultural e econômica de Curitiba.