Epidemia silenciosa: o crescimento alarmante do uso de vapes entre jovens no Brasil

No Dia Mundial Sem Tabaco, especialistas alertam para os riscos dos cigarros eletrônicos e a urgência de fiscalização eficaz para proteger os adolescentes

No Dia Mundial Sem Tabaco, celebrado em 31 de maio, um alerta importante vem ganhando destaque: o aumento expressivo do uso de cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes, entre os jovens brasileiros. Dados da assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês, baseados em informações do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica), revelam que entre 2018 e 2023 o número de fumantes desses dispositivos no Brasil cresceu 600%.

A pneumologista Elnara Negri, do Hospital Sírio-Libanês, chama atenção para o que ela define como uma “epidemia silenciosa”. Segundo a médica, o apelo dos vapes está em seus sabores adocicados e design colorido, que atraem especialmente adolescentes, muitas vezes sem que eles percebam os perigos envolvidos. “Estamos diante de uma geração que está sendo fisgada precocemente pela nicotina, muitas vezes sem perceber o risco”, alerta Negri.

Além do vício, os cigarros eletrônicos contêm substâncias tóxicas como metais pesados e compostos químicos que podem causar danos pulmonares e cerebrais permanentes. Um dos fatores que agrava o problema é o sal de nicotina presente nos vapes, cuja absorção pelo organismo pode ser até dez vezes mais rápida do que a nicotina comum, acelerando o desenvolvimento da dependência.

Apesar da proibição da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento, transporte e propaganda desses dispositivos, o consumo segue em crescimento no país. O oncologista Guilherme Harada, também do Hospital Sírio-Libanês, destaca que a regulamentação já existe, mas que é fundamental intensificar a fiscalização, especialmente nos pontos de venda físicos e online. “A ausência de controle sobre o comércio ilegal desses dispositivos favorece o acesso por adolescentes e jovens, o que representa um grave retrocesso nas políticas de controle do tabagismo”, afirma Harada.

Outro ponto importante ressaltado pelos especialistas é a falsa percepção de que os vapes seriam menos prejudiciais que os cigarros tradicionais. “Isso não é verdade. Estamos lidando com dispositivos altamente viciantes e prejudiciais à saúde”, reforça o oncologista.

Enquanto países como Austrália, Alemanha e França já adotaram medidas rigorosas para restringir ou regulamentar o uso dos cigarros eletrônicos, o Brasil enfrenta o desafio de implementar mecanismos eficazes para garantir o cumprimento da proibição vigente. Para a pneumologista Elnara Negri, o Dia Mundial Sem Tabaco deve servir como um marco de conscientização não apenas sobre os malefícios do cigarro tradicional, mas também sobre a necessidade urgente de proteger os jovens dessa nova armadilha da indústria do tabaco.

Para mais informações, os especialistas do Hospital Sírio-Libanês estão disponíveis para entrevistas por meio do e-mail siriolibanes.pr.spa@llyc.global.

Este conteúdo foi elaborado com base em dados fornecidos pela assessoria de imprensa do Hospital Sírio-Libanês.

👁️ 2 visualizações
🐦 Twitter 📘 Facebook 💼 LinkedIn
compartilhamentos

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar

Comece a digitar e pressione o Enter para buscar