Como a tecnologia está revolucionando a cadeia cirúrgica no Brasil

A digitalização dos processos hospitalares transforma eficiência em cuidado e salva vidas

A saúde brasileira passa por uma transformação silenciosa, porém fundamental, que vai muito além dos avanços clínicos ou farmacêuticos. Segundo dados da assessoria de imprensa da Associação Brasileira de Startups de Saúde (ABSS) e do Anuário ABRAIDI 2025, a digitalização da cadeia de suprimentos hospitalares, especialmente no que diz respeito à gestão de órteses, próteses e materiais especiais (OPME), está se consolidando como uma estratégia essencial para aumentar a previsibilidade, reduzir desperdícios e destravar valor em todo o processo cirúrgico.

Apesar dos benefícios claros, muitas instituições ainda operam com sistemas analógicos e processos manuais, que envolvem planilhas, e-mails e telefonemas para aprovações e controle de materiais. Essa falta de integração gera falhas operacionais que impactam diretamente na realização das cirurgias, como desmarcações, extravios de pedidos e glosas, além de atrasos que comprometem a eficiência financeira e a qualidade do atendimento.

A digitalização da cadeia cirúrgica vai além da simples automação: ela cria uma cultura orientada por dados que permite antecipar gargalos, acelerar aprovações e reduzir erros. Plataformas integradas funcionam como uma “torre de controle” digital, centralizando todo o fluxo — desde a solicitação do material até o faturamento — e promovendo uma gestão mais transparente e eficiente. Essa inovação é especialmente crucial em um cenário de restrição orçamentária e crescente demanda por eficiência no setor de saúde suplementar.

O papel das healthtechs brasileiras tem sido decisivo nessa transformação. Com soluções que automatizam processos, rastreiam dispositivos e realizam auditorias preditivas, essas startups contribuem para uma governança mais inteligente e integrada do ecossistema da saúde. Contudo, o sucesso dessa revolução depende também de fatores como vontade política, flexibilidade regulatória e alinhamento entre todos os elos da cadeia hospitalar.

Michel Goya, executivo com ampla experiência em tecnologia e inovação na saúde, destaca que digitalizar a cadeia cirúrgica não é apenas uma questão estratégica, mas uma necessidade ética. Afinal, atrasos e falhas na comunicação podem significar o adiamento de procedimentos vitais para os pacientes. A transformação digital, portanto, deve ser vista como um novo alicerce para a saúde suplementar no Brasil — um caminho sem volta que promete construir um futuro mais eficiente e humano para o setor.

Essa revolução silenciosa, embasada em tecnologias como inteligência analítica e interoperabilidade de sistemas, mostra que a inovação aplicada à operação hospitalar é tão importante quanto os avanços clínicos. Ao integrar e otimizar a cadeia cirúrgica, a tecnologia está, de fato, salvando vidas.

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