Café Especial x Café Tradicional: Entenda as Diferenças do Campo à Xícara
Descubra como a qualidade, o processo e a experiência sensorial transformam o café especial em uma nova tendência no Brasil
O café é uma das bebidas mais apreciadas no Brasil e, em 2024, seu consumo cresceu 1,11%, totalizando 21,92 milhões de sacas, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). Enquanto o café tradicional ainda domina as prateleiras dos supermercados, os cafés especiais vêm ganhando espaço em cafeterias, empórios e no varejo online, conquistando consumidores que buscam uma experiência mais rica e autêntica. Mas afinal, o que diferencia o café especial do café tradicional?
A principal distinção está na qualidade do grão. O café especial deve ser 100% Arábica e alcançar no mínimo 80 pontos na avaliação da Specialty Coffee Association (SCA), que considera atributos como aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade e equilíbrio. Já o café tradicional é, em geral, produzido com grãos Robusta, que são mais resistentes, apresentam notas mais amargas e têm a produção voltada para o volume, não para a qualidade sensorial.
Além da variedade do grão, o cuidado no processo produtivo é um fator decisivo. Embora ambos os tipos possam ser cultivados nas mesmas regiões, o diferencial está na escolha e na dedicação do produtor. Breno Mesquita, presidente da Comissão Nacional do Café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), destaca que “todo café que sai da árvore tem qualidade, mas o que diferencia o café especial é o cuidado em cada etapa: da colheita ao transporte, secagem e torra”.
Essa valorização da cadeia produtiva tem impulsionado uma mudança no perfil dos produtores brasileiros. Muitos jovens estão assumindo as propriedades e investindo em conhecimento técnico para migrar de um modelo focado em volume para outro que prioriza a qualidade e a diferenciação do produto.
André Henning, sócio fundador da Go Coffee, rede nacional de cafeterias especializada em cafés especiais, reforça que o café deixou de ser apenas uma bebida para se tornar parte de um estilo de vida. “As pessoas querem saber de onde vem o grão, como foi colhido e quem produziu. Buscam autenticidade, história e sensações que vão além do paladar”, afirma.
Entre o café tradicional e o especial, existe ainda a categoria gourmet, que geralmente é feita com grãos Arábica, mas que não atinge os 80 pontos exigidos para ser considerado especial. O café gourmet representa um nível acima do tradicional, principalmente em termos de seleção e torra, mas ainda não oferece a complexidade e o cuidado dos cafés especiais.
A diversidade dos cafés brasileiros é vasta e pouco explorada. Para quem experimenta um café especial pela primeira vez, a suavidade, o aroma e a doçura natural do grão costumam surpreender, abrindo um novo universo de possibilidades para os amantes da bebida.
Este conteúdo foi elaborado com base em informações da assessoria de imprensa da P+G Trendmakers, refletindo as tendências e dados atuais do mercado cafeeiro brasileiro.